Professores estaduais e municipais iniciam greve no Rio
Sindicato, Prefeitura e Estado apresentam números divergentes da paralisação
A greve das redes estadual e municipal de ensino do Rio de Janeiro teve maior impacto nas escolas da prefeitura. Unidades das zonas Oeste, Sul e do Centro não tiveram aulas nesta segunda-feira. Em algumas instituições, diretores colaram cartazes na porta, anunciando os nomes dos professores faltosos. Nenhuma escola da rede estadual fechou. Os professores voltaram a fazer greve – seis meses depois da paralisação de 70 dias – por considerarem que o acordo firmado no ano passado não foi cumprido. O Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe) estima que 30% dos professores da rede estadual e 60% dos docentes municipais tenham aderido à greve.
Governo e prefeitura dão números diferentes. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, apenas 218 professores, de um total de 75.000 (0,2%) não compareceram às aulas. A secretaria municipal informou que 157 faltaram, em um universo de 42.570 professores (0,36%). “É sempre esse problema. No ano passado também foi assim: eles minimizavam a adesão à greve, mas no fim viram o tamanho da mobilização”, afirmou um dos coordenadores do Sepe, Alex Trentino. Os professores pedem 20% de aumento, um terço da carga horária destinado a atividades extraclasse, como preparação de aulas e correção de provas, e que a carga horária dos funcionários administrativos seja reduzida de 40 para 30 horas semanais, entre outros pontos.
Prefeitura e Estado argumentam que os professores tiveram reajustes reais, acima da inflação, em outubro passado. O secretário estadual de Educação, Wilson Risolia, lembrou, na semana passada, que maio é o mês do dissídio e criticou o fato de a greve ter sido convocada antes do fim do período de negociação. A proposta de aumento desse ano foi enviada para a Casa Civil e Secretaria do Planejamento e o índice do reajuste não foi divulgado. “Esta greve é totalmente irreal, impossível de ser atendida”, afirmou o secretário de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa.
Nesta terça-feira, os secretários têm reunião marcada em Brasília com o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que intermediou o fim da greve no ano passado. O Sepe informou que não irá ao encontro. O tema será discutido na quinta-feira, na próxima assembleia da categoria.
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(Com Estadão Conteúdo)