Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Enem: correção da redação deve provocar mais queixas

Para especialistas, proposta de intervenção social é muito subjetiva. Corretora reclama da falta de objetividade dos parâmetros da avaliação

Por Da Redação
1 nov 2012, 11h17

Prepare-se para o Enem 2012

Confira o manual do candidato

Seis formas de usar a nota do Enem

Saiba como é calculada a nota do Enem

O que pode e o que não pode em 9 regras

Confira o mapa do Enem 2012

Continua após a publicidade

Nove temas atuais que podem cair na prova

Raio-X: os temas mais cobrados até hoje

Confira todas as notícias sobre o Enem aqui

A redação do Enem pode manter-se como um foco de problemas e contestação na edição 2012 do exame federal. O Ministério da Educação (MEC) aumentou o número de profissionais que se dedicam à correção dos textos dissertativos e também publicou um manual com orientações detalhadas aos candidatos. Contudo, a avaliação ainda carece de critérios claros e se apoia em parâmetros morais, afirmam especialistas.

Confira: Microcurso de Redação

“Corrigir uma prova aberta é muito difícil. Quando isso envolve milhões de textos, é inviável que o trabalho seja bem executado sem parâmetros objetivos de análise”, afirma a consultora em educação Ilona Becskeházy. Para ela, a formulação do guia do participante, caderno de orientações feito pelo MEC, é um avanço, mas não será suficiente para diminuir as discrepâncias de avaliação entre os mais de 4.000 corretores que trabalharão nos 5,7 milhões de textos.

Continua após a publicidade

Além disso, Ilona afirma que o fato de o MEC manter a exigência de “respeito aos direitos humanos” causará mais controvérsias. “O politicamente incorreto é muito subjetivo. O que é inadmissível para um corretor pode ser plenamente aceitável para outro”, diz. Tradicionalmente, as redações do Enem abordam temas ligados à cidadania e à participação social, exigindo do aluno um posicionamento diante da situação apresentada nos textos de apoio.

Uma das corretoras da prova, que falou sob condição de anonimato, concorda com a consultora. “Há situações bem pontuais e fáceis, como o caso de um texto dizendo que negros e nordestinos devam ser assassinados. Isso, sem dúvida, desrespeita os direitos humanos. Mas há casos bem sutis e treinamento nenhum consegue uniformizar a percepção do corretor.” Segundo a corretora, a orientação da banca é para que se dê nota zero a um texto que defenda que o dever das mulheres é cuidar da casa. “Mas eu não invalidaria, porque isso é uma questão cultural que precisa ser repensada na sociedade, não desqualificando a argumentação do candidato.”

O professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Rogério Chociay, que foi corretor dos vestibulares da Fundação Vunesp e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), também discorda do parâmetro adotado pelo MEC. “A democracia é o direito à opinião. Minha tarefa é corrigir sua capacidade de se expressar, concorde ou não com seus argumentos.”

Além disso, acrescenta Chociay, um outro ponto deve ser repensado: a exigência de que o candidato apresente uma proposta de intervenção para um problema social. “É exigência demais para um jovem de 18 anos e uma competência que não é cobrada em outros vestibulares. Se o país em séculos não conseguiu resolver a questão da violência, como pedir que uma pessoa que soube do tema naquela hora consiga ter uma solução plausível?” Mesmo que tenha, uma boa ideia para um corretor pode ser ruim para outro. “E daí crescem as chances de um mesmo texto receber nota zero ou mil.”

VEJA lança Microcurso de Redação do Enem

Confira todos os capítulos:

domínio do idioma

adequação ao tema proposto

como argumentar

como apresentar soluções

redações nota 1000 comentadas

Conteúdos para estudar em vídeo:

Orientações gerais para uma boa prova

História

Geografia

Humanidades

Inglês

Português

Matemática

Física

Química

Biologia

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.