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Enem 2012: o drama dos que chegaram atrasados

Em SP, candidatos culpam trânsito. No Rio, estudante ganha fama. VEJA publica gabarito corrigido pelo Anglo Vestibulares no fim da tarde

Por Lecticia Maggi, de São Paulo, e Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
3 nov 2012, 12h58

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Cezar Augusto, 18 anos, prestaria o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela primeira vez neste ano. Morador da Freguesia do Ó, no noroeste da cidade de São Paulo, o estudante saiu de casa por volta do meio-dia. “Geralmente levo menos de 30 minutos para chegar à Barra Funda”, diz em referência ao bairro onde faria o exame. Nesta sábado, no entanto, Cezar levou uma hora e chegou ao edifício da Uninove no exato momento em que os portões estavam sendo fechados, às 13h.

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“Sei que foi errado não me programar para chegar mais cedo, mas no meu relógio ainda eram 12h59. Eu ainda tinha um minuto para entrar”, justifica-se. “Não sei a razão de me colocarem tão longe da minha casa. Existe um outro local de prova, a cerca de 10 minutos de onde eu moro e por alguma razão me mandaram ir para a Barra Funda”, lamenta o jovem que vai ter de esperar o próximo ano para ingressar no ensino superior. “É decepcionante.”

As irmãs Amanda e Aline Souza, de 17 e 18 anos respectivamente, também estão de fora do Enem 2012. Moradoras de Pirituba, no noroeste de São Paulo, elas saíram de casa às 11h30 e tiveram de pegar duas conduções até a Barra Funda. “Ficamos presas no trânsito, que não andava. Descemos do ônibus um ponto antes e viemos correndo”, diz Amanda, ainda ofegante da corrida. “Ano que vem, vamos chegar bem cedo para não ter esse problema”, completa. As irmãs queriam fazer o Enem para concorrer a uma das bolsas do Programa Universidade Para Todos (ProUni).

Katherine Ferraz, de 17 anos, já havia planejado ingressar na universidade só em 2014 mas se inscreveu no Enem deste ano para testar seus conhecimentos. Ela foi ao local de prova acompanhada da mãe, que também culpa o trânsito pelo atraso da filha. “Pensamos em vir de carro, mas achávamos que seria muito dificíl estacionar. Além disso, o ônibus é beneficiado pelo corredor, não fica preso no tráfego”, diz Cláudia Ferraz. Apesar de já estar acostumada com a ideia de não fazer faculdade no próximo ano, Ketherine ficou com os olhos marejados ao ver os portões da Uninove fechados. “É decepcionante.”

No Rio, o atraso de Amanda Freitas, 18 anos, lhe rendeu fama – mas o que ela queria mesmo era uma boa pontuação no Enem para disputar uma vaga no curso de odontologia. Amanda chegou na sede da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), na zona norte do Rio, às 13h03 e encontrou os portões fechados. Ela tentou subir na grade, chamou os seguranças, mas o atraso não foi tolerado. “Agora não sei. Vou tentar o vestibular de outras universidades, mas é uma pena”, disse, diante de dezenas de câmeras de televisão e máquinas fotográficas, que registravam o movimento em um dos locais que mais recebe candidatos do Enem.

A grande maioria dos estudantes não compartilhou o sofrimento de Amanda. Sem interrupções no trânsito e com grande número de candidatos tendo chegado cedo, não houve tumulto e poucos tiveram que correr nos últimos minutos para pegar os portões abertos. Muita gente chegou cedo, com duas horas e meia de antecedência.

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Às 12h35, Márcia Varandas deu um forte abraço na filha, Ana Carolina Varandas, 17 anos, e logo começou a roer as unhas. “Eu não estou tão nervosa, mas ela estava. Tentei acalmá-lá, então o nervosismo passou um pouquinho para mim”, disse, logo após ver Ana Carolina entrar no prédio rumo ao primeiro dia de exames. É o segundo Enem de Ana Carolina, mas o primeiro que pode valer vaga na universidade, já que ela conclui este ano o ensino médio. “Ela quer tentar comunicação social, mas quer uma vaga na universidade federal. Vamos ver, estou confiante”, disse. Ana Carolina e os demais estudantes terão um limite de 4 horas e 30 minutos para completar as provas deste sábado . Os alunos só perderão deixar as salas duas horas após o início do exame.

Provas – Neste sábado, os estudantes terão de responder a 90 questões de ciências humanas e ciências da natureza, que englobam as disciplinas de história, geografia, química, física e biologia. O tempo máximo para realização do exame é de quatro horas e meia, o que significa uma média de três minutos para cada item. Já no domingo, os candidatos terão cinco horas e meia para resolver mais 90 questões de linguagens (língua portuguesa e língua estrangeira), matemática e redação. Em ambos os dias, os participantes são autorizados a deixar as salas após duas horas de prova. Contudo, se quiserem levar para casa o caderno de questões não poderão sair antes dos 30 minutos finais.

No fim da tarde, o site de VEJA publica o gabarito em parceria com o Anglo Vestibulares. Em vídeos, os professores do cursinho comentam o exame. O gabarito oficial será divulgado pelo MEC até a quarta-feira

Perfil dos candidatos – De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), a maioria dos participantes do Enem 2012 é mulher: 59%, contra 41% de homens. Há um número similar de pessoas autodeclaradas brancas (41,8%) e pardas (41,4%). Negras representam 11,9%. Há ainda amarelas (orientais), com 2,28%, e indígenas: 0,6%. Dos mais de 5,7 milhões de participantes, 69,6% conseguiram isenção da taxa de 35 reais de incrição. Os pagantes são 30,4% do total.

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