Alunos de escolas públicas são mais decididos em relação à escolha da carreira
Pesquisa com 17.000 jovens de São Paulo mostra que 62% dos estudantes da rede pública já escolheram uma profissão contra 53% da rede privada
Os estudantes de escolas públicas são mais decididos em relação à escolha da carreira do que seus colegas da rede privada, de acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira pela Universidade Anhembi Morumbi. A pesquisa ouviu quase 17.000 estudantes do ensino médio do Estado de São Paulo e mostrou que, na rede pública, 62% dos alunos já têm uma carreira em mente, enquanto nas escolas privadas o indicador recua para 53%.
A carreira mais citada pelos estudantes das escolas públicas foi administração, que também havia aparecido como preferida dos jovens na pesquisa de 2013. As outras profissões que aparecem no topo da lista deste ano são engenharia civil, psicologia, medicina e gastronomia. Já na rede privada, medicina é a carreira almejada, seguida de administração, engenharia civil, psicologia e jornalismo. Entre os pesquisados, as meninas se mostraram mais decididas em relação à profissão que vão seguir: 55% delas já escolheram o curso, contra 45% dos meninos.
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Para Luciano Romano, coordenador da pesquisa, o fato de os alunos da rede pública terem mais pressa para escolher a profissão ainda no ensino médio pode ser explicado pela preocupação financeira. “O estudante de escola privada pode, na maioria dos casos, postergar a escolha, pois conta com o aparato financeiro dos pais. Já os alunos da rede pública preocupam-se mais cedo em como vão se manter depois da escola”. Romano destaca também a diferença na preferência por determinadas carreiras. “Medicina é vista como uma profissão fetiche, mas o aluno de escola pública costuma descartar esse curso por saber que requer muitos custos e opta por profissões que possam lhe dar retorno financeiro mais rápido, como administração”, diz.
Ainda segundo o estudo, que é publicado anualmente desde 2011, 58% de todos os estudantes entrevistados já optaram pela profissão que devem seguir, mas apenas 47% já tiveram contato com a área. “A pesquisa mostra que a maioria dos jovens não conhece a carreira pela qual se interessa, o que é prejudicial para a escolha. O ideal é que eles conhecessem um profissional formado que pudesse mostrar como é o trabalho, as possibilidades no campo de atuação e quais os passos para atingir o topo da carreira”, explica Romano, que defende que as escolas deveriam investir nessa preparação ainda no ensino fundamental.