Mercado prevê aumento da Selic para 12,25% nesta quarta-feira
Copom se reúne nesta terça e deve anunciar mudanças na taxa de juros básica no dia seguinte
O mercado financeiro já prevê alta de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros nesta quarta-feira, quando encerra a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) para o relatório semanal Focus acreditam que a Selic passará de 11,75% ao ano hoje para 12,25% ao ano ao fim do encontro da autoridade monetária. Para o fim de 2015 e 2016, a estimativa é que a Selic termine em 12,5% e 11,5%, respectivamente, a mesma do relatório anterior.
Vale comentar, contudo, que o grupo de economistas que mais acertam as projeções, chamado de Top-5, voltou a elevar a projeção para a Selic em 2015, a 13%, bem como para 2016, a 12%. Em ambos os casos as projeções subiram em 0,25 ponto porcentual em relação à pesquisa anterior.
Se comprovado, o aumento dos juros será uma reação à aceleração de preços ao consumidor. Em 2014, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o acumulado anual em 6,41%, muito próximo do limite considerado aceitável, de 6,5%. O índice ficou bem distante do centro da meta, de 4,5%, e este ano promete ser ainda mais difícil. A expectativa dos analistas ouvidos para o Focus é de que o IPCA feche 2015 com alta de 6,67%, acima do teto da meta e maior do que a previsão da semana passada (6,6%). Para os preços da energia, por exemplo, espera-se aumento de 40% em média com o fim do subsídio do Tesouro às companhias elétricas. Para 2016, a projeção para o IPCA permaneceu em expansão de 5,7%.
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Os primeiros números sobre a inflação oficial do país neste ano serão conhecidos na sexta-feira, quando o IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de janeiro, considerado prévia do índice cheio.
A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 também caiu pela terceira vez seguida, a 0,38%, 0,02 ponto porcentual a menos do que na semana anterior. A indústria continua sendo um peso sobre a atividade em geral, com a projeção de expansão neste ano recuando a 0,71%, contra 1,02% anteriormente. A expectativa é de que a economia melhore em 2016, com crescimento de 1,8%.
(Com agência Reuters)