Dólar vai a R$ 3,84 com dados fracos de emprego nos EUA e preocupações locais
Geração de vagas menor do que o esperado nos Estados Unidos e instabilidade política no Brasil levaram moeda americana a renovar máxima dos últimos 13 anos
O dólar ampliou a alta registrada no começo da sessão desta sexta-feira, chegando a alcançar 3,8418 reais às 14h19, em nova máxima desde 2002. O movimento acontece em resposta a dados sobre a criação de empregos nos Estados Unidos. A geração de vagas em agosto foi menor do que o esperado. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, a economia do país criou 173 mil empregos no mês passado, abaixo da estimativa de 220 mil.
Dados fortes dão mais argumentos à defesa de que o Federal Reserve, o banco central americano, suba os juros já na reunião deste mês, prevista para os dias 16 e 17. As taxas nos EUA estão em níveis próximos de zero desde o fim de 2008 e um eventual aumento seria o primeiro em quase uma década. Com isso, há o risco de fuga de recursos de países emergentes rumo à maior economia do mundo.
De volta ao Brasil, o mercado também continua de olho no cenário político. Apesar de recentes manifestações de apoio de representantes do Palácio do Planalto, não há plena confiança no mercado de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanecerá no cargo. O ministro deixou São Paulo nesta madrugada com destino a Istambul, de onde se desloca para Ancara para participar das reuniões do G-20.
Como ele chegará à capital turca no fim da noite desta sexta-feira, só participará da agenda do evento a partir de amanhã. No mercado, há expectativa com eventuais comentários dele sobre o processo de ajuste fiscal.
Na quarta-feira, o vice-presidente Michel Temer afirmou que é díficl Dilma Rousseff resistir a mais três anos de mandato com popularidade baixa.
Leia mais:
A costura entre banqueiros, PMDB e o Planalto que manteve Levy no cargo
Unimed Paulistana é alvo de 300 reclamações em um único dia, diz Procon-SP
(Com Estadão Conteúdo)