Dados do HSBC na Suíça revelam contas da família Queiroz Galvão
Segundo jornalista do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, onze integrantes da família têm ou tiveram contas secretas no exterior
Onze pessoas da família Queiroz Galvão, que controla as empreiteiras Galvão Engenharia e Queiroz Galvão, têm ou tiveram contas secretas (ou numeradas) no exterior e pelo menos nove operavam por meio de empresas em paraísos fiscais. Segundo o jornalista Fernando Rodrigues, que integra o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês), dados do HSBC em Genebra, na Suíça, apontam a existência de três offshores – Fipar Assets Ltd., Motitown United Ltd. e Melistar Management Inc. – em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, ligadas à família.
Estão na lista dos correntistas Eduardo de Queiroz Galvão, membro do Conselho de Administração da Queiroz Galvão; Gláucia Vasconcelos Galvão, mulher de Dario de Queiroz Galvão; Dario de Queiroz Galvão Filho, presidente da Galvão Engenharia; Mario de Queiroz Galvão, do conselho da Galvão Engenharia; Luciana Galvão de Andrade, também do conselho da Galvão Engenharia; Ricardo de Queiroz Galvão, vice-presidente do conselho da Queiroz Galvão; João Antônio de Queiroz Galvão, ex-vice-presidente do conselho da Queiroz Galvão; Carlos de Queiroz Galvão, sócio controlador da Queiroz Galvão; e Antônio de Queiroz Galvão, presidente do conselho da Queiroz Galvão. As contas de Maurício Galvão, membro do conselho da Queiroz Galvão, e de Gabriela Pedrosa Galvão, mulher de Antônio Queiroz Galvão, constam como abertas em 1989 e encerradas em 1993.
Em nota, a Queiroz Galvão afirmou que o patrimônio de seus acionistas no exterior “sempre se submeteu aos registros cabíveis perante as autoridades competentes”. A Galvão Engenharia disse não ter nada a declarar.
As informações divulgadas foram obtidas pelo ICIJ em parceria com o jornal francês Le Monde. Os dados foram vazados por um funcionário do HSBC na Suíça, no caso que foi batizado de Swiss Leaks.
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A Queiroz Galvão e a Galvão Engenharia foram citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), que investiga um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras.
Erton Medeiros Fonseca, diretor-presidente da Galvão Engenharia, suspeito de participar do esquema, está preso na sede da PF no Paraná. Dario e Eduardo Queiroz Galvão, da Galvão Engenharia, também são réus no processo. O comando da operação pode requerer dados sobre transferências de recursos envolvendo as empresas ligadas à família como parte da investigação.
(Com Estadão Conteúdo)