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Crise grega volta a monopolizar reunião do FMI e do Banco Mundial

O ministro da Economia grego, Yanis Varoufakis, disse que Atenas está disposta a fazer compromissos, mas não aceitará um plano imposto de fora

Por Da Redação
19 abr 2015, 18h20

Os pedidos do Fundo Monetário Internacional (FMI) de avanço em reformas econômicas estruturais para impulsionar um crescimento global “desigual” ficaram em segundo plano frente a um novo capítulo na negociação sobre a crise da Grécia, durante a reunião de primavera do organismo e o Banco Mundial (BM) que terminou neste domingo. “Esta não é uma questão de chegar rápido à meta, é uma questão de fazer todo o trabalho que é preciso fazer”, assinalou Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI na entrevista coletiva de fechamento do encontro, que reuniu em Washington os líderes econômicos globais, sobre os diálogos para estabilizar a situação financeira na Grécia. Embora todos os comunicados do Fundo durante o encontro estivessem centrados no crescimento “desigual” global e nos crescentes riscos financeiros pela excessiva confiança na política monetária em alguns países, as entrevistas coletivas se transformaram em recorrentes questionários sobre a Grécia.

No primeiro dia de reuniões formais, na quinta-feira, ficaram evidentes diferenças no seio da zona do euro com as conferências do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, e de seu colega grego, Yanis Varoufakis. Schäuble assegurou que o problema da Grécia não é a reestruturação da dívida, mas conseguir que a economia seja mais “competitiva e efetiva”, enquanto Varoufakis insistiu que Atenas está disposta a fazer compromissos, mas não aceitará um plano imposto de fora.

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As tensões entre Grécia e seus credores internacionais (a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI) aumentaram nos últimos dias diante da falta de uma lista de reformas detalhada por parte de Atenas como condição para receber um novo lance de financiamento dentro do resgate internacional, de 7,2 bilhões de dólares (21,6 bilhões de reais). Lagarde não gostou das opções colocadas, o possível atraso dos pagamentos devidos ao FMI, ao explicar que “não é um curso de ação recomendável”.

Da mesma forma que o Fundo, a pressão sobre a Grécia também cresceu por parte das outras instituições, como o BCE e a Comissão Europeia, e inclusive o governo americano, que até agora tinha oferecido o benefício da dúvida ao novo governo grego de Alexis Tsipras. Mario Draghi, o presidente do BCE, advertiu em Washington que é necessário “muito mais trabalho de forma urgente para chegar a um acordo sobre o programa de resgate”. E ressaltou que “a resposta está nas mãos do governo grego”.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, se manifestou na mesma linha ao pedir à Grécia que “assuma a liderança nas negociações com os credores internacionais e ofereça um plano detalhado para continuar recebendo o resgate internacional”.

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Prisão de Rato – Outro dos temas imprevistos que se tornou uma das questões mais debatidas entre os presentes ao encontro do FMI e o BM foi a detenção pelas autoridades espanholas do ex-diretor do Fundo entre 2004 e 2007, Rodrigo de Rato, acusado de fraude e lavagem de capitais. Apesar de o organismo não ter comentado oficialmente a notícia, o certo é que existe alguma preocupação de que esse episódio possa arranhar a reputação do órgão internacional depois dos últimos três diretores do FMI (Rato, Dominique Strauss-Kahn e Lagarde) terem tido de responder à justiça em diferentes casos. O ministro de Economia e Competitividade da Espanha, Luis de Guindos, reconheceu que o “caso Rato foi duro do ponto de vista pessoal”, mas acredita não que afetará a credibilidade do Fundo.

“O Fundo está acima deste tipo de questões, continua sendo uma instituição vital para coordenar as políticas no mundo, e na hora de dar financiamento”, acrescentou Guindos aos jornalistas ao término da assembleia. A próxima reunião do FMI e do BM acontecerá em Lima, no Peru, entre 9 e o 11 de outubro.

(Da redação)

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