BID: América Latina pode crescer 5,6% ao ano se aumentar produtividade
Caso os países da região implementarem reformas que coloquem a produtividade no patamar atual dos Estados Unidos, cada nação aumentaria em 1,8 ponto porcentual seu crescimento anual na próxima década
A América Latina pode chegar a crescer 5,6% ao ano se conseguir melhorar a produtividade na próxima década, afirmou o economista-chefe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o espanhol José Juan Ruiz Gómez. Atualmente, a média de crescimento da região está em 3%, aponta o BID.
Ruiz explicou que, se na próxima década os países da região implementarem reformas que coloquem a produtividade no patamar atual dos Estados Unidos, cada nação aumentaria em 1,8 ponto porcentual seu crescimento anual. “A taxa de crescimento aceleraria e, em vez de crescer 3%, voltaríamos a crescer durante os próximos dez anos num ritmo de 4,8%”, comentou.
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De acordo com Ruiz, esse cenário de melhora da produtividade provocaria um processo de integração regional que, por sua vez, causaria um “bônus adicional” de crescimento de 0,8%, o que deixaria a taxa anual da região em 5,6%.
Para o representante do BID, os principais fatores que travam o crescimento da produtividade são: o “altíssimo grau de informalidade” (economia submergida), a fragmentação das economias e a falta de acordos inter-regionais. “A proporção de comércio entre indústrias da região está em torno de 17%, contra 90% do Nafta (Tratado de Livre-Comércio da América do Norte) e 80% da União Europeia”, exemplificou.
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Para sanar o déficit de produtividade, Ruiz falou da necessidade de apostar em uma educação de “qualidade”, centrada na potencialidade do capital humano, da importância de uma reforma tributária, e do imprescindível investimento em transporte em uma região com um déficit “brutal” em infraestrutura. A América Latina investe hoje em infraestrutura 2,5% do PIB, o que, segundo Ruiz, é muito pouco em relação aos 6% que os países asiáticos investem.
(Com EFE)