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Brasil só voltará a crescer 4% se a produtividade subir 3%

Segundo estudo do Ibre/FGV, qualquer avanço no PIB acima de 1,2% a 1,4% ao ano dependerá dos ganhos de produtividade

Por Da Redação
26 dez 2013, 10h10

Um dos desafios que a economia brasileira enfrenta hoje para crescer em ritmo elevado é aumentar sua produtividade. Pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) traduziram esse desafio em números: somente com uma alta média de 3% ao ano na produtividade do trabalho será possível a economia crescer na casa de 4% ao ano, de 2012 a 2022. O estudo é assinado por Régis Bonelli e Júlia Fontes e ilustra o livro Ensaios Ibre de Economia Brasileira.

Qualquer avanço no Produto Interno Bruto (PIB) acima de 1,2% a 1,4% ao ano dependerá dos ganhos de produtividade. “O ganho de importância da produtividade é muito claro. E isso é especialmente grave porque o Brasil não está tendo ganhos elevados de produtividade nos últimos tempos”, diz Bonelli.

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De acordo com o estudo, boa parte do baixo crescimento da produtividade está relacionada ao peso dos serviços na economia. De 2000 a 2012, a produtividade nos serviços cresceu apenas 0,3% ao ano, abaixo da média da produtividade de todos os setores. Como os serviços empregam muita mão de obra, a produtividade nesses negócios depende mais de mão de obra qualificada e de sistemas de gestão do que de investimentos em maquinário. Assim, é mais difícil que o setor de serviços tenha um grande salto de produtividade.

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Nos restaurantes, o modelo a quilo representa um ganho, lembra Bonelli. Contudo, depois de dar o salto, somente o aprimoramento da gestão permitirá novos avanços. Isso ocorreu nos cinemas multiplex. Neles, ao contrário dos cinemas de rua, a bilheteria informatizada, que atende várias salas num só local, e a projeção digital permitem ter menos empregados.

Segundo o presidente da rede Cinemark, Marcelo Bertini, a produtividade está na digitalização dos projetores e na alocação do número de horas de trabalho por empregado em cada atividade (bilheteria, limpeza, bonbonnière, etc).

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Obstáculos – A rigidez das leis trabalhistas é o principal entrave. “Nos Estados Unidos, você consegue estabelecer uma grade horária para os colaboradores bastante flexível”, compara Bertini. “Aqui, uma vez que um colaborador é contratado para tais dias e horários, não pode mudar”, diz.

Para o economista Naércio Menezes Filho, professor do Insper, a baixa produtividade está relacionada também à precariedade, geral, na gestão das empresas e ao baixo investimento em inovação. Um estudo publicado em 2010 na revista da Associação Econômica Americana coloca Brasil, Índia e China no fim de um ranking de 17 países em termos de práticas de gestão.

Na visão de Menezes Filho, má gestão e baixo investimento são fruto do baixo nível de competição no Brasil. “A empresa que não tiver crescimento na produtividade nos Estados Unidos é expulsa do mercado”, diz.

(com Estadão Conteúdo)

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