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BCE dá ultimato ao Chipre sobre resgate

Credores dão prazo até segunda-feira para a ilha fechar um mecanismo para arrecadar 5,8 bilhões de euros, como pedido em troca de ajuda financeira

Por Da Redação
21 mar 2013, 09h58

O Banco Central Europeu (BCE), um dos três credores do Chipre, deu ao país até segunda-feira para levantar os 5,8 bilhões de euros acordados para receber ajuda financeira internacional. Se o montante não for atingido no prazo, a ilha perderá os recursos emergenciais de 10 bilhões de dólares que ajudariam a sanar os problemas financeiros de seus bancos e evitariam um colapso econômico. Além do BCE, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) – trio conhecido como troika – são também credores do Chipre e de outras economias europeias em crise.

“Depois disso, a Assistência de Liquidez Emergencial (ELA, na sigla em inglês) só poderá ser considerada se um programa da UE (União Europeia) e do FMI estiver em vigor para garantir a solvência dos bancos em questão” informou o BCE. O presidente do banco central do Chipre, Panicos Demetriades, afirmou que espera fechar um pacote de suporte financeiro até segunda-feira, mas não disse como.

O ultimato foi dado no momento em que os líderes cipriotas discutem um “Plano B” para tentar levantar o dinheiro, depois de seu Parlamento ter rejeitado a proposta feita pela troika de taxar todos depósitos bancários em 6,75% a 9,9%. A ideia foi chamada de “roubo bancário”.

As novas opções discutidas nesta quinta-feira incluem a nacionalização dos fundos de pensão de empresas semiestatais, a emissão de um título emergencial ligado à receita futura do mercado de gás natural ou um imposto sobre depósitos bancários diferente do proposto anteriormente, que atinja apenas grandes investidores, muitos deles russos. Estima-se que os cidadãos russos tenham cerca de 20 bilhões de euros investidos no sistema bancário cipriota.

O vice-líder do partido governista Rali Democrático, Averof Neophytou, disse não esperar que o “Plano B” esteja pronto para votação no Parlamento nesta quinta-feira. Ele comentou que os líderes partidários concordaram por unanimidade em criar um “fundo de solidariedade”, sobre o qual autoridades dizem que irá agrupar ativos estatais como base para uma emissão de títulos de emergência.

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Leia mais: UE ameaça cortar auxílio e Chipre busca ajuda na Rússia

Depois de avaliar se permitiriam que os bancos do país, que estão fechados desde sábado, quando foi aprovado o resgate pela troika, pudessem abrir suas portas nesta quinta-feira, o governo decidiu mantê-los fechados até a próxima terça-feira. O temor era de que a reabertura das agências levasse a uma corrida a saques de poupanças e outros investimentos. A bolsa de valores também suspendeu as negociações pelo restante da semana. Havia longas filas em algumas agências bancárias em Nicósia, capital do Chipre nesta quinta-feira, uma vez que os funcionários reabasteceram os caixas eletrônicos, que continuam a operar.

Reação em cadeia – O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, alertou que o Chipre impõe um risco sistêmico para a zona do euro e disse que o sistema bancário da ilha precisa de uma reforma completa, com recapitalização e redução de tamanho. Dijsselbloem, que também é ministro de Finanças da Holanda, destacou que existe um compromisso para ajudar o Chipre.

“Na presente situação eu acho que definitivamente existe um risco sistêmico e eu acho que a turbulência dos últimos dias provou isso, infelizmente”, declarou Dijsselbloem. “Ainda é uma situação muito frágil e a última semana infelizmente mostrou quão frágil a confiança (dos investidores e dos próprios cidadãos e autoridades europeias) está, embora os danos tenham sido muito limitados”, disse.

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Dijsselbloem assumei responsabilidade pela repercussão das medidas de taxação propostas pela troika no sábado. “Foi uma decisão conjunta e, se alguém tem de assumir responsabilidade por isso, sou eu”, disse. “Isso era justo porque o ônus para os depositantes menores era menor do que o ônus para os depositantes maiores. Eu pessoalmente esperava que o pacote fosse mais justo”, disse.

Dijsselbloem afirmou que espera que os parlamentares cipriotas trabalhem em um novo plano de resgate que coloque menos pressão sobre os depositantes menores. Ele comentou ainda que era inevitável que algum tipo de taxação fosse imposta sobre os depósitos bancários e indicou que alguns elementos do pacote provavelmente permanecerão.

Leia também:

Chipre tem de cumprir compromissos do resgate, diz FMI

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