Agricultura deve produzir 60% a mais em 40 anos para alimentar planeta
Segundo estimativa da FAO, será necessário o aumento de um bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano até 2050
Segundo o relatório, a produção de bioetanol e de biodiesel dobrará até 2021
A produção agrícola mundial deverá aumentar 60% nas próximas quatro décadas para poder atender à demanda crescente por alimentos. Segundo o documento ‘Perspectivas agrícolas 2012-2021’ da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), será necessário um aumento de um bilhão de toneladas de cereais e 200 milhões de toneladas de carne por ano até 2050 em comparação com a produção de cinco anos atrás.
“O aumento na produtividade será fundamental na contenção dos preços dos alimentos num contexto de restrições de recursos e será um fator-chave na redução da insegurança global”, disse o relatório anual, apresentado pelo secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría, e o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
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O relatório prevê que a produção de bioetanol e de biodiesel dobrará até 2021, principalmente no Brasil, Estados Unidos e na União Europeia (UE), utilizando cada vez mais cana-de-açúcar (34%), óleo vegetal (16%) e cereais (14%) e influindo sobre o preço dos alimentos.
O documento alerta para os ‘elevados e voláteis’ preços das matérias-primas agrícolas e dos alimentos, que seguem em alta em muitos países em desenvolvimento, apesar da queda registrada depois de atingirem seu nível máximo em 2008.
“A volatilidade dos preços dos alimentos continua sendo preocupante, com as mudanças nas colheitas vinculadas aos fenômenos meteorológicos como principal ameaça. Com um aumento na produção dos cultivos, as provisões melhoraram de algum modo e os mercados em 2012 parecem menos turbulentos”, indica o texto.
Segundo a OCDE e a FAO, a alta do petróleo levará a uma revisão dos preços das matérias-primas agrícolas ao aumentar os custos da produção. Além disso, será necessária uma maior demanda de cultivos para produzir biocombustíveis.
(Com agência EFE)