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Trabalhar em excesso aumenta risco de derrame, diz estudo

Pesquisa publicada no periódico 'The Lancet' com mais de 600 000 pessoas revela que trabalhar mais de 55 horas por semana aumenta em 33% o risco de sofrer um AVC e em 13% a possibilidade de desenvolver um problema coronariano

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h02 - Publicado em 20 ago 2015, 15h47

O trabalho em excesso está ligado a um maior risco de problemas coronarianos e de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), revela um estudo publicado nesta quarta-feira (19) no periódico The Lancet.

A pesquisa, feita por uma equipe internacional de cientistas liderada pela University College London, na Inglaterra, analisou dados de 603 838 pessoas da Europa, Estados Unidos e Austrália e revelou que trabalhar mais de 55 horas por semana aumenta em 33% o risco de sofrer um AVC e em 13% a possibilidade de desenvolver um problema coronariano, em relação a quem trabalha entre 35 e 40 horas por semana. É a maior pesquisa a analisar a relação entre longas jornadas e saúde cardiovascular.

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Os pesquisadores analisaram durante sete a oito anos homens e mulheres que não tinham histórico de problemas cardiovasculares, tendo em conta outros fatores de risco, como tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas e sedentarismo. A pesquisa concluiu que o risco de AVC aumenta proporcionalmente à duração do trabalho: 10% entre as pessoas que trabalham entre 41 e 48 horas, 27% entre as que trabalham entre 49 e 54 horas, e 33% além das 55 horas. Não houve diferenças significativas entre homens e mulheres ou entre pessoas mais jovens e mais velhas, ricas ou pobres.

“Os profissionais de saúde deveriam ter consciência de que longos períodos de trabalho estão associados a um risco significativo de sofrer AVC e de desenvolver problemas coronários”, disse Mika Kivimäki, professor de epidemiologia da University College de Londres e coordenador do estudo.

Longas jornadas – O papel do stress em várias doenças vasculares, como infarto e AVC, já foi objeto de numerosos estudos, ao contrário da carga horária de trabalho, que até o momento não tinha sido analisada a fundo. Estudos anteriores já haviam ligado muitas horas de trabalho a um maior risco de infarto, mas não de derrames.

Apesar de estabelecer a relação entre as longas horas de trabalho e a saúde coronariana, a pesquisa não estudou o que causa o maior risco de AVC. Entre os possíveis fatores estão o stress e as várias horas sentado no escritório, o que é prejudicial à saúde, pois pode indicar falta de tempo exercícios regulares ou refeições saudáveis. Entre as indicações dos pesquisadores para quem trabalha mais de 35 horas, estão checar constantemente a pressão sanguínea e ficar atento a histórico de problemas cardiovasculares.

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Horas de trabalho – Ao comentar a pesquisa, o doutor Urban Janlert, da universidade sueca de Umea, destacou que entre os membros da OCDE (Organização para Cooperação Econômica e de Desenvolvimento) a Turquia responde pelo maior percentual de trabalhadores atuando por mais de 50 horas semanais (43%), e a Holanda está na outra ponta (1%).

Atrás da Turquia, México (28,8%) e Coreia do Sul (27,1%) também têm altos índices de profissionais trabalhando em longas jornadas. A França ocupa a nona posição (8,7%). Nos Estados Unidos, a maior parte das pessoas que não tem serviços ligados à agricultura trabalha 42,5 horas por semana, de acordo com a agência de estatísticas trabalhistas americana. Uma pesquisa do Instituto Gallup feita entre 2013 e 2014 mostra que quase 4 entre 10 americanos dizem trabalhar ao menos 50 horas por semana.

(Da redação)

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