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Talvez não seja vida extraterrestre: ‘enxame’ de cometas pode ter causado brilho misterioso de estrela, diz Nasa

Em outubro, a estrela KIC 8462852 causou alvoroço entre os astrônomos, que sugeriram que uma 'megaestrutura' alienígena poderia explicar sua luminosidade misteriosa. Mas a hipótese ainda não está descartada

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h00 - Publicado em 27 nov 2015, 09h25

Um ‘enxame’ de cometas pode ser a explicação para o brilho misterioso da estrela KIC 8462852, que agitou astrônomos de todo o mundo em outubro. De acordo com a Nasa, os padrões incomuns de luminosidade da estrela, localizada entre as constelações de Cisne e Lira, a 1.500 anos-luz da Terra (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros), podem ser explicados por uma família de cometas que viaja em órbitas longas e bastante excêntricas ao seu redor.

A hipótese, formulada com base em observações do telescópio espacial Spitzer, seria melhor que a teoria de que uma incrível estrutura alienígena estaria por trás do piscar incomum da KIC 8462852, segundo a agência espacial americana. Mas a hipótese da construção por seres extraterrestres ainda não está descartada.

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Estrela diferente – Em setembro, um artigo no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society descreveu a KIC 8462852, estrela observada pelo telescópio Kepler, o mais competente caçador de planetas fora do Sistema Solar, lançado em 2009. As lentes do poderoso instrumento captam o brilho das estrelas – quando há uma diminuição padronizada da luz emitida por elas, isso significa que algo está passando entre a estrela e o telescópio. Na maior parte das vezes, é um planeta (que costuma ter tamanho intermediário entre a Terra e Netuno). No entanto, a KIC 8462852 emitia um padrão luminoso inédito.

Após descartarem várias explicações, os cientistas passaram a considerar a hipótese de que o comportamento bizarro da estrela poderia ser consequência de uma incrível estrutura construída por alienígenas para captar a energia da estrela, chamada Esfera de Dyson (por ter sido proposta em 1960 pelo físico britânico Freeman Dyson). Ela seria composta por gigantescos painéis solares que, aos poucos, bloqueariam o brilho do corpo celeste.

Mas, de acordo com o líder do novo estudo, o astrônomo Massimo Marengo, da Universidade do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, a explicação para o brilho da KIC 8462852 passa longe dos extraterrestres. Em sua pesquisa, aceita para publicação no Astrophysical Journal Letters, Marengo buscou radiações infravermelhas, que deveriam estar ao redor da estrela se poeira ou pedaços de rochas, vestígios de colisões entre asteroides ou impactos cósmicos, estivessem bloqueando o brilho da estrela. Elas não foram captadas nem pelo telescópio Wide-Field Infrared Survey Explores (WISE), da Nasa, nem pelo telescópio Spitzer, que observou a estrela em 2015. De acordo com Marengo, isso seria uma evidência a mais de que cometas gelados estão rodeando a estrela e causando a sombra misteriosa.

Segundo o astônomo, no centro do grupo de cometas estaria um cometa maior, que bloqueou a luz da estrela em 2011. Em 2013, quando o brilho voltou a se apagar, diversos cometas menores estariam passando pela estrela. Em 2015, eles estariam tão distantes da estrela que não deixaram nenhuma radiação infravermelha ser captada pelos telescópios.

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As investigações anteriores já haviam conduzido para a hipótese de um grupo de cometas ao redor da KIC 8462852, mas os pesquisadores não a acharam muito convincente, pois ele deveria deixar rastros que não foram detectados pelos cientistas.

“Essa é uma estrela muito estranha e talvez ainda não tenhamos certeza do que está acontecendo ao redor dela. Mas é isso que a torna tão interessante”, disse Marengo, em comunicado da Nasa.

Explicação natural – A hipótese da estrutura alienígena parece improvável e é por isso que os astrônomos decidiram continuar investigando os padrões e monitorando essa estrela que está se mostrando a mais misteriosa do Universo. Os cientistas querem usar telescópios e instrumentos que captem não diferentes frequências de luz, mas ondas de rádio para fazer novas observações da estrela e da região a seu redor. Se houver alguma civilização alienígena por lá, eles devem saber utilizar essas ondas – basta encontrar a frequência exata das emissões.

De toda forma, o comportamento incomum da KIC 8462852 merece atenção. Tornou-se famoso entre os cientistas um fenômeno inexplicável detectado em 1967 em que a hipótese de vida extraterrestre foi levantada. Batizado de LGM-1 (sigla para “Little Green Men” ou “Pequenos Homens Verdes”), ele se revelou a primeira emissão de rádio detectada de um pulsar (uma estrela de nêutrons altamente magnetizada). Como o evento de meio século atrás, a surpreendente estrela talvez leve a novas e surpreendentes descobertas no cosmos.

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(Da redação)

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