O Grupo dos 77 e a China, que abarca 130 países em desenvolvimento, pediu nesta terça-feira ações firmes dos países ricos na luta contra as mudanças climáticas, enquanto a Europa pediu uma contrapartida dos grandes emergentes, durante a Conferência Climática das Nações Unidas, realizada em Durban, África do Sul.
“São necessários esforços significativos e ambiciosos para elevar o nível de ambição dos compromissos – de redução de emissões nocivas ao clima – dos países desenvolvidos”, afirmou o vice-chanceler argentino, Alberto Pedro D’Alotto, em nome do G77, após a abertura do segmento de alto nível das negociações climáticas, que terminam esta sexta-feira.
“Pedimos aos países desenvolvidos que mostrem que estão assumindo a liderança” nas ações contra as mudanças climáticas, disse D’Alotto.
O G77 exige, para o avanço das negociações em Durban, que os países ricos renovem seus compromissos no Protocolo de Kioto, único instrumento legalmente vinculante que estabelece cortes de emissões a algumas nações desenvolvidas e cuja vigência termina em 2012.
Também pede “compromissos comparáveis” dos países não signatários de Kioto, como os Estados Unidos.
O grupo, presidido pela Argentina, quer ainda que sejam efetivados os recursos e o financiamento para a ajuda aos países em desenvolvimento para enfrentar os flagelos das mudanças climáticas.
“Somos os que mais sofremos com os impactos adversos das mudanças climáticas”, lamentou o vice-chanceler argentino.
Em nome dos 27 países da União Europeia, a comissária do Clima Connie Hedegaard pediu o compromisso de “todas as maiores economias” do mundo na luta contra as mudanças climáticas e destacou que a participação dos países ricos nas emissões globais está “caindo rapidamente”.
A Europa se ofereceu sozinha para renovar o Protocolo de Kioto, mas as emissões europeias “só representam 11% do total”, disse a comissária europeia, pedindo o compromisso de “outros que se somem a nós em um novo marco legal vinculante” e definir quando o fariam.
Os países em desenvolvimento atualmente geram pouco mais da metade das emissões de gases de efeito estufa.
Apesar de estarem nesta lista, Brasil e China, respectivamente sexto e primeiro emissores do planeta, sinalizaram que aceitariam um documento vinculante a partir de 2020, o que apontaria para um avanço nas negociações.
Até a próxima sexta-feira, 194 países tentam alcançar, em Durban, compromissos para enfrentar as mudanças climáticas.