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Pesquisa desvenda como aglomerados de estrelas envelhecem

Astrônomos usaram telescópios da Nasa e do ESO para descobrir como aglomerados formados na mesma época se desenvolvem de modo diferente

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h24 - Publicado em 19 dez 2012, 21h35

Um novo estudo realizado por uma equipe internacional de astrônomos usou telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) e da Nasa para entender como os aglomerados de estrelas envelhecem. Após analisar as imagens, concluíram que o processo é parecido com o que ocorre nos seres humanos, em que o estilo de vida pode influenciar mais a velhice do corpo do que a própria idade. De modo semelhante, a velocidade com que um aglomerado se desenvolve tem menos a ver com o seu tempo de existência do que com processos internos nas estrelas que os compõem. O estudo será publicado nesta quinta-feira na revista Nature.

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AGLOMERADOS ESTELARES

Aglomerados ou nuvens estelares são grupos de estrelas. São classificados em dois tipos: os aglomerados globulares e os aglomerados abertos. Os globulares são agrupamentos esféricos que podem ter milhões de estrelas, algumas bastante antigas – apenas algumas centenas de milhões de anos mais jovens que o próprio universo. Já os aglomerados abertos são grupos mais dispersos de estrelas, que geralmente têm só algumas centenas de astros, bem mais jovens do que os encontrados nos aglomerados globulares.

Os aglomerados globulares são grupos esféricos de estrelas, ligadas entre si pela ação da gravidade. Eles são relíquias do início do Universo, com idades entre 12 e 13 bilhões de anos. Como os aglomerados estelares se formam em um curto espaço de tempo, todas as estrelas em seu interior tendem a ter a mesma idade. Os astros mais massivas queimam mais rápido, e o esperado seria que, depois de tanto tempo, apenas as menores estrelas continuassem brilhando em seu interior.

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Mas não é sempre que isso acontece: em certas circunstâncias, algumas estrelas recebem um novo sopro de vida, ao absorverem uma quantidade extra de matéria que as faz crescer e as torna mais brilhantes. Isto pode acontecer se uma estrela suga matéria de uma companheira próxima, ou se os astros colidem entre si. Estas estrelas revigoradas chamam-se retardatárias azuis.

A massa elevada das retardatárias azuis faz com elas sejam empurradas para o interior do aglomerado à medida que ele envelhece. Conforme as estrelas mais pesadas se deslocam em direção ao centro, o aglomerado sofre eventualmente um fenômeno chamado colapso do núcleo, onde o centro do aglomerado se compacta de modo extremamente denso.

Nessa pesquisa, a intenção dos pesquisadores foi analisar a distribuição dessas retardatárias azuis em uma série de aglomerados. Descobriram, assim, que nem todos envelhecem no mesmo ritmo. “Embora estes aglomerados tenham se formado todos há vários bilhões de anos, nos questionamos se alguns estariam envelhecendo mais depressa ou mais devagar que os outros. Ao estudar a distribuição dessas estrelas azuis, descobrimos que alguns deles se desenvolveram efetivamente muito mais depressa, e encontramos uma maneira de medir a taxa de envelhecimento”, diz Francesco Ferraro, pesquisador da Universidade de Bolonha, na Itália, e coordenador da pesquisa.

Juventude cósmica- Para compreender melhor o processo de envelhecimento dos aglomerados, a equipe mapeou a localização das estrelas retardatárias azuis em 21 aglomerados globulares, a partir de imagens obtidas pelo telescópio MPG/ESO, instalado no Chile, e pelo Telescópio Espacial Hubble, pertencente à Nasa. O Hubble, que orbita a Terra, forneceu imagens de alta resolução dos centros compactos dos aglomerados, enquanto as imagens obtidas no solo terrestre forneceram uma visão mais geral das regiões exteriores dos objetos.

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Hubble ()

Ao analisar os dados obtidos, a equipe descobriu que alguns dos aglomerados pareciam jovens, com as estrelas retardatárias azuis distribuídas por toda parte, enquanto que um maior grupo de aglomerados parecia mais velho, com todas as estrelas retardatárias azuis localizadas no centro. Um terceiro grupo parecia estar bem no meio do processo, com as estrelas mais próximas do núcleo migrando para o interior, e as estrelas mais externas começando a se deslocar nessa direção.

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