Nanotecnologia pode viabilizar hidrogênio como combustível
Cápsulas minúsculas de plástico são apresentadas como solução para o armazenamento do hidrogênio, gás altamente inflamável
O hidrogênio sempre foi considerado o combustível do futuro: sua queima produz três vezes mais energia que a mesma quantidade de gasolina e tem a água como único subproduto. Mas a dificuldade de armazenar o gás, altamente inflamável, sempre foi um obstáculo à sua popularização. Para superá-lo, a empresa britânica Cella Energy apresentou uma nova tecnologia que promete estocar o combustível de forma simples e segura e assim tornar seu consumo viável em larga escala.
A Cella Energy usa hidretos – substâncias que absorvem o hidrogênio como uma esponja – para construir fibras minúsculas que são aprisionadas em nanocápsulas de plástico. A estratégia dispensa o armazenamento de hidrogênio sob temperaturas muito baixas ou pressões muito altas e facilita seu uso em bombas de combustível e tanques de carros.
Os criadores garantem que o hidrogênio aprisionado nas nanocápsulas se comporta como líquido e tem a vantagem de não se inflamar facilmente. Para oferecê-lo ao consumidor, a infraestrutura de postos teria de passar por mínimas modificações, segundo os desenvolvedores. A ideia é dar aos motoristas a mesma experiência de consumo que têm hoje. “A maioria das pessoas está acostumada a levar três minutos para encher o tanque e andar 450 quilômetros com o carro”, disse Stephen Voller, presidente da Cella Energy. “Nossa tecnologia permite a mesma experiência com o hidrogênio, algo que os carros elétricos não conseguem”.
Segundo Voller, o hidrogênio poderia ser uma alternativa economicamente viável se as nanocápsulas forem produzidas a partir de fontes renováveis, como a energia eólica e a solar.
(Com agência Reuters)