Mutação genética pode predispor portador à impulsividade
Pesquisa feita com criminosos na Finlândia revelou presença três vezes maior da mutação dentro das prisões
Estudo feito na Finlândia acaba de descobrir que uma mutação genética pode predispor portadores a agir de maneira impulsiva e violenta. A pesquisa foi feita com 96 presidiários, entre os quais a mutação se mostrou três vezes mais presente que na média da população em geral. A alteração acontece no HTR2B, gene receptor de serotonina e neurotransmissor atuante no controle de impulsos.
Os 17 condenados que carregavam a mutação (do total de 96 analisados) cometeram em média cinco crimes violentos, 94% dos quais sob a influência de bebidas alcoólicas. Os crimes se constituíram em reações agressivas a eventos menores sem premeditação ou ganho financeiro.
A descoberta, noticiada pela revista Nature e ecoada pela Agência Fapesp, foi feita após os pesquisadores de um grupo internacional sequenciarem e compararem o DNA de condenados por crimes violentos com um grupo controle.
Apesar de a presença da mutação ter se mostrado mais frequente nos criminosos, os cientistas ressaltam que sua presença não é suficiente para provocar ou prever o comportamento impulsivo. Segundo Laura Bevilacqua, do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool e Alcoolismo dos Estados Unidos, outros fatores devem ser levados em conta ao se discutir o tema, como gênero, níveis de estresse ou consumo de álcool. Por conta disso, reforçam, mais estudos são necessários para entender melhor o papel particular dessa mutação descoberta agora.