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Mãos humanas são mais primitivas que as dos chimpanzés, diz estudo

Pesquisa publicada na revista 'Nature Communications' revela que nossas mãos são anatomicamente mais “antigas” que a dos macacos

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h02 - Publicado em 21 jul 2015, 17h24

As mãos humanas são capazes de pintar quadros, dedilhar um violão ou pregar botões. Milhares de anos de evolução ensinaram ossos e músculos a executar esses movimentos com precisão e destreza. Contudo, apesar de todas essas habilidades, elas são mais primitivas que as mãos de nossos parentes mais próximos, os chimpanzés. De acordo com um estudo publicado na última semana no periódico Nature Communications, nossas mãos são anatomicamente mais “antigas” que as dos macacos.

Homens e chimpanzés tiveram um ancestral comum há cerca de 7 milhões de anos e, a partir de então, as mãos dos dois grupos evoluíram de maneira distinta. Os humanos têm um polegar longo e dedos curtos, o que nos possibilita tocar diversos pontos dos dedos e agarrar objetos com muita facilidade. Os chimpanzés possuem o polegar curto e dedos longos, que os ajudam a subir e balançar em árvores, mas não oferecem muita precisão para segurar objetos pequenos. Durante anos os cientistas acreditaram que o ancestral comum entre ambos tivesse as mãos parecidas com as dos chimpanzés e que a evolução havia favorecido os humanos para que ele conseguisse fabricar objetos e executar movimentos delicados.

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Contudo, o estudo do grupo de cientistas da Universidade Stony Brook e da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, sugere o contrário: que a mão do ancestral comum era mais parecida com a dos humanos. Para isso, eles mediram polegares e dedos de chimpanzés, orangotangos, gorilas, humanos e fósseis de ancestrais símios e antepassados do homem, como o Ardipithecus ramidus, que viveu há 4,4 milhões de anos, e o Australopitecus sediba, que desapareceu há 2 milhões de anos. As análises estatísticas demonstraram como se deu a evolução das mãos das espécies ao longo dos anos, revelando que as mais antigas tinham polegares longos e dedos curtos, semelhantes aos dos homens modernos. Gorilas, que passam grande parte do tempo no chão, têm mãos mais parecidas com as nossas que os chimpanzés.

Adaptação da mente – “A mão capaz de agarrar objetos foi uma das mais antigas adaptações entre os membros da linhagem humana”, explica o antropólogo Sergio Almécija, um dos autores do estudo. A característica fez com que esses ancestrais conseguissem segurar uma grande variedade de alimentos e, posteriormente, forneceu habilidades para produzir ferramentas. De acordo com o pesquisador, se esse estado “primitivo” foi mantido, as adaptações mais importantes para alcançarmos as habilidades atuais não foram físicas, mas neurológicas, ou seja, a evolução do cérebro humano fez com que conseguíssemos planejar e coordenar os movimentos com a precisão necessária para criar diversos objetos.

Já as mãos símias evoluíram em uma direção diferente, tornando os macacos mais hábeis para escalar árvores e balançar em seus galhos. Os autores notam que suas conclusões não dizem que os chimpanzés são mais evoluídos que os homens modernos, mas que a evolução é um emaranhado de forças complexas, levando a adaptações em diferentes direções que favorecem aptidões distintas, de acordo com as espécies.

(Da redação)

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