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Insetos encontrados em cavernas do Brasil têm órgãos sexuais invertidos

Cientistas descobriram fêmeas do gênero Neotrogla com um órgão semelhante a um pênis e machos com uma cavidade parecida com uma vagina

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h12 - Publicado em 18 abr 2014, 16h09

Cientistas anunciaram a descoberta de quatro espécies de insetos brasileiros que possuem o que eles chamaram de “novidade evolutiva”. As fêmeas têm um órgão semelhante a um pênis, enquanto os machos têm uma cavidade parecida com uma vagina, na qual as fêmeas inserem seu órgão em sessões de acasalamento que duram de 40 a 70 horas. O artigo foi publicado no periódico Current Biology, na última quinta-feira.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Female Penis, Male Vagina, and Their Correlated Evolution in a Cave Insect

Onde foi divulgada: periódico Current Biology

Quem fez: Kazunori Yoshizawa, Rodrigo L. Ferreira, Yoshitaka Kamimura e Charles Lienhard

Instituição: Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Hokkaido, entre outras

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Resultado: Descoberta de quatro espécies de insetos do gênero Neotrogla que habitam cavernas brasileiras. Suas fêmeas têm um órgão semelhante a um pênis e seus machos, uma cavidade parecida com uma vagina.

Esses atributos fazem das quatro espécies de insetos do gênero Neotrogla – que têm de 2,7 a 3,7 milímetros e aparência semelhante à de uma mosca – únicas no mundo. “Um pênis feminino é excepcionalmente raro. Por isso fiquei surpreso ao ver essa estrutura”, disse o entomologista Kazunori Yoshizawa, da Universidade Hokkaido, no Japão. Yoshizawa afirmou que, embora a inversão sexual tenha sido documentada em várias espécies de animais, estes insetos são os únicos exemplos nos quais o “órgão intromitente” – o órgão sexual masculino – está invertido.

Os cientistas chamam a estrutura semelhante a um pênis das fêmeas de ginossoma. Durante a cópula, a fêmea o insere no macho e recebe esperma. Uma vez inserido, parte do ginossoma incha e espinhos ancoram o macho e fêmea. Yoshizawa disse que as fêmeas Neotrogla podem segurar os machos por meio da coerção usando seus ginossomas. “Como a força de ancoragem da fêmea é muito grande, uma resistência intensa do macho pode causar danos à sua genitália. Dessa forma, é provável que processos inteiros de acasalamento sejam controlados ativamente pelas fêmeas, e os machos sejam bastante passivos”, afirmou.

O pesquisador brasileiro Rodrigo Lopes Ferreira, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), estudioso do ecossistema de cavernas, foi o primeiro a se deparar com esses animais. Ele recrutou um especialista em insetos para examinar as criaturas, o que levou à descoberta dos atributos únicos da fêmea Neotrogla.

Yoshizawa citou outros exemplos incomuns de órgãos sexuais em animais, incluindo fêmeas de cavalo marinho que usam um órgão para depositar ovos na bolsa reprodutora do macho e uma espécie de aracnídeo cujas fêmeas têm um longo tubo genital. Pela definição de fêmea – um organismo que produz óvulos maiores que as células espermáticas produzidas por machos -, “mesmo com o órgão intromitente, as fêmeas Neotrogla ainda são fêmeas”, disse Yoshizawa.

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(Com Reuters)

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