Falha coloca em risco missão russa para lua de Marte
Agência tem três dias para tentar reparar motores de propulsão da sonda e salvar missão. Caso contrário, sonda poderá cair na Terra
Um falha impediu que a sonda interplanetária russa Fobos-Grunt deixasse a órbita da Terra rumo a uma das luas de Marte, informou nesta quarta-feira a agência espacial da Rússia, Roscomos. O aparelho, de 13,5 toneladas, que foi lançado ontem por um foguete Zenit-2SB da base cazaque de Baikonur, não conseguiu ativar os propulsores que dariam continuidade à viagem ao planeta vermelho.
Trapalhada russa
Programa espacial sofre com série de fracassos
Três satélites russos do sistema GLONASS, concorrente russo do americano GPS, caíram no pacífico em um lançamento fracassado.
Insatisfeito com o rendimento da agência, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, demitiu dois altos funcionários da Roscosmos. O puxão de orelha não foi suficiente para segurar o presidente da Roscosmos, Anatoly Perminov, substituído em abril de 2011 por Vladmir Popovkin.
O satélite de comunicação Express-AM4, que seria responsável por serviços de internet e televisão digital para a Rússia e mais 11 países, entrou na órbita errada. Os engenheiros russos perderam contato com a sonda.
A nave de carga Progress-M-12M, que levava mantimentos até a Estação Espacial Internacional (ISS), caiu na Sibéria logo após seu lançamento.
“Não direi que o lançamento foi um fracasso, mas é uma situação imprevista”, disse o diretor da Roscosmos, Vladimir Popovkin.
O diretor da agência espacial acrescentou que os especialistas têm 72 horas para carregar um novo programa de voo no computador central da Fobos-Grunt, caso contrário a sonda poderá cair na Terra. Popovkin lembrou que a sonda conserva todo seu combustível, o que permite voltar a programar o voo.
O lançamento da Fobos-Grunt deveria marcar o início de uma missão de 34 meses que incluía o voo a Fobos, uma das duas luas de Marte, a aterrissagem em sua superfície e, finalmente, o retorno à Terra de uma cápsula de 200 gramas com amostras do solo do satélite marciano.
O projeto, se der certo, ajudará a explicar a origem de Fobos e Deimos, a segunda lua marciana, assim como dos demais satélites naturais no Sistema Solar.
A tentativa anterior da Rússia de enviar uma sonda a Marte, em 1996, fracassou depois da queda da sonda, a Mars-96, no oceano Pacífico sem sequer alcançar a órbita terrestre.
(com Agência EFE)