Cientistas criam novo método para medir a velocidade de rotação de buracos negros gigantes
O feito pode ajudar a entender a formação das galáxias e a influência dos buracos negros nesse processo
Astrônomos descobriram uma nova forma de medir a velocidade de rotação de um buraco negro supermassivo. Encontrado no centro de galáxias, esse tipo de buraco negro tem dimensão gigantesca, de até bilhões de vezes a massa do Sol. Segundo os pesquisadores, a novidade pode ajudar a entender como esses corpos celestes influenciam o crescimento das galáxias. Os resultados foram publicados no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: A new way to measure supermassive black hole spin in accretion disc-dominated active galaxies
Onde foi divulgada: periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Quem fez: Chris Done, C. Jin, M. Middleton e Martin Ward
Instituição: Universidade de Durham, Reino Unido, e outras
Resultado: Os pesquisadores descobriram que, por meio da análise do disco de gás e poeria que circunda um buraco negro, é possível estimar sua velocidade de rotação.
Os buracos negros são corpos celestes que não podem ser observados diretamente, mas apenas por meio da influência que exercem em objetos próximos a eles, como os discos de gás e poeira que os circundam.
Os pesquisadores estudaram um buraco negro com massa equivalente a 10 milhões de vezes a do Sol, localizado no centro de uma galáxia espiral, a 500 milhões de anos-luz da Terra. Por meio da análise do espectro de raios ópticos, ultravioleta e raios X desse disco de matéria, do qual o buraco negro se alimenta, eles conseguiram descobrir a distância entre o disco e o buraco negro.
A partir disso, foi possível estimar a velocidade de rotação do buraco negro, pois quanto mais rápida sua rotação, mais ele atrai para perto de si a matéria ao seu redor. A primeira medição da velocidade de rotação de um buraco negro supermassivo foi registrada em um artigo publicado na revista Nature, em fevereiro deste ano. A técnica, porém, utilizava apenas raios X.
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Mecânica – De acordo com os pesquisadores, descobrir a rotação de um buraco negro pode ajudar a entender melhor seu funcionamento. Sabe-se, por exemplo, que eles expelem partículas muito quentes, mas o motivo dessa intensa liberação de energia ainda não foi esclarecido – possivelmente, tem relação com a rotação do corpo celeste.
“Sabemos que o buraco negro no centro de uma galáxia é capaz de afetá-la por completo, o que é estranho, porque buracos negros são minúsculos perto do tamanho de uma galáxia”, afirma Chris Done, professor da Universidade de Durham e um dos autores do estudo. Segundo ele, entender a relação entre o buraco negro e a galáxia é a chave para que seja possível compreender melhor a formação das galáxias.