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Após 520 dias, chega ao fim maior simulação de viagem a Marte

Seis homens ficaram isolados do mundo exterior em um módulo montado na sede do Instituto de Problemas Biomédicos de Moscou

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h55 - Publicado em 4 nov 2011, 09h05

A maior simulação de uma viagem espacial a Marte já feita terminou nesta sexta-feira com a ‘chegada’ à Terra do grupo de seis homens que ficou isolado do mundo exterior em um módulo durante os 520 dias de duração da experiência.

A escotilha foi aberta exatamente às 14 horas de Moscou (8 horas de Brasília), e os seis voluntários saíram do simulador de nave interplanetária montado na sede do Instituto de Problemas Biomédicos de Moscou (IPBM).

Um por um, os ‘terranautas’ deixaram o simulador – sorridentes, como se pôde perceber nas imagens disponibilizadas pela imprensa russa – e foram recebidos por autoridades, familiares e amigos, com os quais só poderão voltar para casa após três dias de quarentena, na qual serão submetidos a exaustivos exames médicos.

Os voluntários – os russos Alexei Sitev (engenheiro), Aleksandr Smoleevski (médico) e Sukhrob Kamolov (cirurgião), o ítalo-colombiano Diego Urbina (engenheiro), o francês Romain Charles (engenheiro) e o chinês Wang Yue (instrutor de astronautas) – concederão uma entrevista coletiva na próxima terça-feira.

‘O projeto Marte-500 foi um sucesso – no mínimo pelo fato de que nenhum dos membros da tripulação internacional desistiu da experiência’, declarou Aleksandr Suvorov, chefe executivo da missão, à agência estatal russa ‘RIA Novosti’.

Suvorov explicou que a simulação demonstrou que ‘o ser humano pode suportar uma viagem a Marte de ida e volta’, embora devido à quantidade de recursos que seriam necessários, incluindo alimentos, a tripulação de uma viagem real seria composta por quatro ‘astronautas’, e não seis.

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Viagem em 2030 – O fim da experiência foi aproveitado pelo subdiretor da agência espacial russa Roscosmos, Vitali Davydov, para reiterar que a Rússia tem planos de enviar um voo tripulado a Marte por volta de 2030. ‘Marte está em nossos planos. Será para meados de 2030. Muitos dos que estão aqui hoje viverão para vê-lo’, disse Davydov em entrevista coletiva.

O chefe do programa de voos tripulados da Roscosmos, Alexei Krasnov, informou por sua vez que a agência planeja repetir a experiência Marte-500, mas no espaço. ‘Quando isso ocorrerá? Acho que não antes de dois anos’, disse Krasnov.

Frequência cardíaca – Os participantes do projeto realizaram mais de cem experiências ‘no espaço’. Tiveram que consertar danos na ‘nave’ e fizeram até caminhadas simuladas no planeta vermelho.

‘A ida à superfície de ‘Marte’ nos deu muitas informações. Os especialistas controlavam permanentemente o estado físico e o ânimo dos voluntários’, disse Suvorov. Segundo ele, o batimento cardíaco por minuto de alguns ‘terranautas’ chegou a 160 por minuto, mais do que 152 registrados em Yuri Gagarin durante seu histórico voo espacial.

Com reserva de várias toneladas de água e comida, os ‘terranautas’ viveram em cinco módulos espaciais de 180 metros quadrados sem janelas e com a mesma composição de ar, pressão e nível de ruídos que em uma nave interplanetária, ou seja, em condições similares às de um voo espacial real.

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O módulo de habitação tinha uma pequena cozinha com mesa-refeitório e quartos de seis metros quadrados para os tripulantes, com cama, mesa e armário, vaso sanitário e uma ducha – esta só podia ser usada uma vez a cada dez dias.

Segundo os organizadores do projeto, o momento mais difícil foi o retorno simulado à Terra, já que nesse momento a missão já tinha sido um sucesso, mas os voluntários precisavam continuar a realizar experiências científicas por vários meses.

A missão servirá para comprovar a compatibilidade psicológica entre os integrantes de uma tripulação e permitirá o aperfeiçoamento da construção das naves espaciais que viajarão a Marte.

(Com Agência EFE)

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