Acelerador de partículas LHC bate metas de 2011
Segundo pesquisador, experimento alcançou sua 'velocidade de cruzeiro'
O acelerador de partículas LHC, do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) superou com folga as metas traçadas para 2011. O primeiro objetivo estabelecido pelos cientistas foi atingido logo em junho, o que os levou a elevar as metas anuais, novamente alcançadas em 18 de outubro. Mais de 400 trilhões de colisões entre prótons permitiram reunir mais dados que o esperado.
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LHC
Inaugurado em 10 de setembro de 2008, o LHC está enterrado a 100 metros sob a terra entre França e Suíça, nas proximidades de Genebra. Custou 3,76 bilhões de euros. Em seu túnel de 27 quilômetros de extensão circulam feixes de partículas que, ao colidirem umas com as outras, podem revelar, acreditam os cientistas, detalhes sobre a formação do universo.
O diretor do CERN para aceleradores e tecnologia, Steve Myers, afirmou que ao término das operações para este ano o acelerador de partículas ‘alcançou sua velocidade de cruzeiro’. O CERN destacou que o experimento superou seus objetivos operacionais devido ao aumento regular do ritmo com o qual o acelerador produz resultados. A taxa atual de produção de dados é quatro milhões de vezes superior à do primeiro período de exploração em 2010, e 30 vezes superior à registrada no início deste ano.
O propósito último do maior acelerador do mundo é confirmar a existência da partícula de Higgs (chamado ‘bóson de Higgs’ – saiba mais no gráfico abaixo), o elemento que falta no denominado ‘modelo padrão da física de partículas’.
Sobre isso, os cientistas do CERN afirmaram que os experimentos realizados este ano permitiram delimitar melhor o espaço onde o bóson de Higgs pode um dia ser encontrado. Também puderam testar de maneira mais rigorosa o modelo padrão da física de partículas e aprofundar a compreensão sobre o universo. De acordo com o CERN, o LHC permitiu ingressar em territórios ‘até agora inexplorados na busca de uma nova física’.
O LHC está informando os físicos de todo o mundo sobre as quantidades de dados que testam o modelo padrão da física de partículas. ‘Começamos a alcançar níveis de sensibilidade que poderiam nos permitir ver além’, declarou um porta-voz do experimento, Pierluigi Campana.
Nas próximas semanas serão analisados os dados gerados em 2011, mas os responsáveis pelo LHC anteciparam que para o surgimento de uma ‘nova física’ é necessária a coleta de mais dados em 2012.
O LHC iniciará no próximo mês uma nova experiência de colisões de prótons com íons de chumbo, para tentar analisar a estrutura interna deste último elemento, de maior massa que os prótons.
(Com Agência EFE)