VEJA lança rankings de audiência de ‘segunda tela’

O hábito de comentar programas de TV na internet deixou de ser brincadeira, hoje é tema de pesquisas que provam a relação entre o público do sofá e o das redes sociais e pauta escolhas de publicitários e anunciantes

Por Maria Carolina Maia SEGUIR SEGUINDO 9 ago 2013, 20h33

Palmirinha Onofre no 'Programa do Ratinho', um dos campeões da segunda tela (Lourival Ribeiro/SBT/VEJA)

Enquanto as emissoras de TV não cessam de amargar perdas no Ibope, há uma audiência, também ligada à televisão, que não para de crescer: a da chamada segunda tela. Termo usado para designar o hábito de comentar programas televisivos pela internet, ele mostra muito mais do que a disposição que o espectador tem de analisar e fazer piadinhas sobre o que é veiculado. Mostra também, como prova pesquisa divulgada nesta semana pela americana Nielsen, que as redes sociais já são capazes de influir na audiência da televisão. Não à toa, o SBT vem investindo pesado nelas, onde já bate a Globo, e anunciantes e agências de publicidade começam a implementar ações no Twitter e no Facebook para fisgar essa audiência. É também de olho na importância crescente desse público que o site de VEJA publica a partir desta semana o ranking dos programas mais comentados da internet, em parceria exclusiva com a empresa especializada TV Square.

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Além do ranking geral das atrações mais mencionadas, há listas por gênero – novelas, seriados, telejornais, infantis e atrações musicais. Para chegar a esses resultados, a TV Square contabiliza os comentários feitos em tempo real – isto é, quando o programa está no ar – no Twitter, Facebook e no próprio site da empresa de serviços e tecnologia de segunda tela.

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Foi também o tempo real o critério para o recorte feito pela última pesquisa da Nielsen nos Estados Unidos, que prova, pela primeira vez com números, a influência mútua entre TV e redes sociais. O estudo analisou comentários feitos minuto a minuto a respeito de 221 programas, enquanto eles eram transmitidos. A TV pautou 48% das publicações no Twitter, e a rede de microblogs afetou, segundo o levantamento, a audiência de 29% dos programas analisados.

“As pessoas ligam a TV ou mudam de canal influenciadas pelo que leem nos comentários. As redes estão mudando a experiência de ver televisão, que está se tornando mais dinâmica, divertida e interativa através da segunda tela”, diz Mariana Eva Leis, CEO da TV Square. Segundo a executiva, a tendência reflete tanto a penetração cada vez maior de tablets e smartphones como o aumento no número de canais de TV – são 222 pagos e 70 abertos no país, de acordo com informações divulgadas esta semana em fórum da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA). “O espectador precisa filtrar e a segunda tela permite a ele não perder nada do que realmente lhe interessa, além de interagir com outras pessoas que estão ligadas no mesmo programa que ele.”

No país, de acordo com estudo da empresa de pesquisas IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), sete em cada dez usuários de internet navegam enquanto veem televisão. Ou, mais exatamente, 73% dos usuários. Entre as atrações mais comentadas por eles, segundo a TV Square, estão, em ordem, o Programa do Ratinho, do SBT, o Big Brother Brasil, da Globo, e as novelas mexicanas, especialmente as do SBT.

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Esse comentários são acompanhados de perto não apenas por outros usuários ou por companhias como a TV Square. As agências de publicidade, e por vezes os próprios anunciantes, vêm destacando equipes para seguir os posts e bolar maneiras de divulgar seus clientes e marcas entre tuiteiros sintonizados na TV. “Campanhas que se utilizam do fator ‘segunda tela’ apresentam muito sucesso”, diz Mariana. “Um desses cases foi o da Oreo durante o Superbowl de 2013. Sem ser anunciante do evento, a marca fez um tuíte durante a final do campeonato de futebol americano, brincando com o apagão inesperado que aconteceu no estádio. Esse simples comentário foi retuitado mais de 15 000 vezes e teve mais de 20 000 likes no Facebook, tendo um alcance surpreendente, graças a pessoas que estavam assistindo à TV e conectadas, isso é, ativas na segunda tela.”