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SPFW: apostas da passarela relatam terror da fita métrica

'Tem menina que perde desfile pelas medidas', diz a top Aline Zanella. 'A gente entra na neurose porque o cliente exige', afirma a 'new face' Brenda Freitas

Por Daniela Arrais
20 jan 2012, 09h57

Na história das candidatas a futura Gisele, há sempre uma pitada de acaso. Elas nem sempre são ligadas em moda e – juram que – não se acham bonitas. Descobertas por olheiros ou empurradas por parentes, chegam às passarelas de grandes estilistas e passam a ser chamadas de new face, new top, new alguma coisa. E a partir daí são tragadas pelo ritmo frenético e pelas exigências desmedidas da carreira. “Às vezes, a menina é supermagra e, na hora da fita métrica, as medidas estão acima do padrão”, diz Brenda Freitas, 18 anos, 1,78 m e 50 quilos, modelo da Ford Models apontada por profissionais da moda como uma das promessas da 32ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW). “Quando a gente entra na neurose, é porque o cliente exige. Não diretamente para nós, mas para a agência.”

“Tem menina que perde desfile por causa das medidas”, diz Aline Zanella, 16 anos, 1,80 m de altura e 50 quilos, outra aposta do meio neste SPFW. “Eu não faço exercício, mas como a cada três horas”, ensina a modelo, talvez a maior aposta para este SPFW, esta já experimentada no mercado internacional: ela desfilou com exclusividade para a grife Valentino, em Paris, e ainda subiu às passarelas de Rodarte e Moschino. “Eu era muito nova para fazer semana de moda no Brasil, e a agência já me mandou para fora. Foi uma surpresa chegar de primeira e desfilar para o Valentino.”

A modelo brasileira Aline Zanella
A modelo brasileira Aline Zanella (VEJA)

Aline tinha apenas 11 anos quando foi descoberta por um olheiro no restaurante dos pais, no interior do Rio Grande do Sul. Natural de São Vendelino, no Rio Grande do Sul, ela diz que “nem sabia o que era moda”, e hoje, graças à profissão que desconhecia, já conheceu Milão, Londres e Paris. “É sempre corrido, mas dá para conhecer algum lugar, aprender um pouco a língua, a cultura.”

No SPFW, a modelo que sonha com Gucci e Chanel vai desfilar para Tufi Duek, Animale, Iódice, Osklen, Juliana Jabour, entre outros. Na hora do trabalho, não se inspira em ninguém especificamente. “Admiro a Kate Moss, mas não é uma inspiração”.

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Modelo-mirim – Brenda Freitas, 18, é precoce: começou na profissão aos 11 anos, levada para uma agência por uma amiga da mãe. Logo começou a fazer editoriais para marcas infanto-juvenis. Aos 13, “não era nem mulher nem criança” e precisou dar um tempo na carreira. “Pensei em desistir”, diz a modelo, que seguiu o conselho da agência e esperou um pouco. Aos 15, voltou ao trabalho e mudou-se de Belo Horizonte para São Paulo.

Na última Fashion Rio, fez sua estreia. “Pensei que não ia pegar tanto desfile porque não tinha uma bagagem muito boa, nunca fui para fora, não fiz marcas muito grandes. Mas gostei do meu resultado, fiz 12 desfiles”, conta ela. Neste SPFW, ela já está confirmada nos desfiles de Samuel Cirnansck, Animale e Iódice. “Mas só tenho certeza de que peguei o desfile quando entro na passarela. Muitas vezes, o look cai, o estilista desiste de você.”

Brenda sempre gostou muito de ser fotografada – e de fotografar também. “Estou me apaixonando cada vez mais pelo mundo da moda. Adoro os momentos no backstage, que são bem corridos, mas é onde a gente se diverte, ri, fofoca, tem aquele glamour de fotografarem a gente, pedirem entrevista.” Mas ela sabe que nem tudo é alegria na profissão. “O maior desafio da gente é conquistar o cliente, fazer com que ele aposte em você.”

A modelo, que também já viu colegas serem vetadas pela fita métrica, também defende que mundo fashion se abra mais para os negros. “Sou contra cotas, porque uma regra seria um preconceito”, filosofa. “Mas é preciso haver uma reeducação, uma postura nova para ver que as negras são lindas, têm uma pele perfeita. O meio da moda devia se abrir mais para elas.”

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