‘O Espetacular Homem-Aranha 2’ traz Peter Parker no auge da ação – e do amor
Com estreia marcada para 1º de maio, 'A Ameaça de Electro' mostra um herói confiante, brincalhão, forte e completamente apaixonado por sua Gwen Stacy
O fato de Emma Stone e Andrew Garfield serem namorados na vida real conta só pontos a favor do casal da ficção (Gwen Stacy e Peter Parker), que mostra uma química invejável.
“Sabe o que eu amo em ser o Homem-Aranha? Tudo.” Um super-herói confiante, até fanfarrão em alguns momentos, abre O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro – que, para o bem de um público mais do que acostumado com as origens e as questões familiares de Peter Parker, não desperdiça tempo com a história pregressa. A sequência, que estreia em 1º de maio, começa com uma cena de tirar o fôlego. Pode parecer um simples assalto, daqueles que o jovem acompanha pelo sinal do rádio da polícia, mas é o que vai nortear todo o longa e apresentar alguns dos principais personagens.
Pode parecer moleque demais. E é – assim como quando ele se pendura em um caminhão para bater papo com um bandido, em vez de arrancá-lo direto de lá, e no jeito estabanado que o deixa sempre a um triz de estragar tudo. São essas passagens que arrancam boas risadas do público além, claro, das desculpas esfarrapadas na tentativa de esconder a dupla identidade, de Tia May por exemplo. Mas são importantes, também, para acompanhar o amadurecimento do jovem – tanto o personagem Peter Parker quanto o ator Andrew Garfield, que está muito melhor neste segundo filme, na forma física e na atuação. Maiores também estão seus inimigos, que não deixam espaço para brincadeiras: Electro (Jamie Foxx) e o amigo de infância Harry Osborn (Dane DeHaan). Em comum, os dois têm a ligação com a companhia OsCorp, o ódio pelo Homem-Aranha, uma carência absurda e a necessidade de serem notados.
Aranha agora é apresentado a vilões de verdade, e precisa dividir suas atenções entre as lutas intensas e sua amada Gwen Stacy. O fato de Emma Stone e Andrew Garfield serem namorados na vida real conta só pontos a favor do casal da ficção, que mostra uma química invejável. Impossível não pensar também como os dois devem ter ficado à vontade nas cenas – até o cachorro com que ela aparece passeando é o animal de estimação da dupla na vida real. Os jovens da história não estão mais na escola, chegou a tão esperada formatura. Mas a paixão antiga continua tão forte que supera a promessa feita ao pai da moça, de se afastar para protegê-la. Ao contrário, ela é colocada (ou se coloca) bem no fogo cruzado e tem atuação essencial tanto em grandes vitórias do herói quanto na pior derrota da vida dele até ali. É dela também o discurso que o sacode e o faz lembrar quem realmente é e o que deve ser feito.
A história é fiel o quanto pode à original dos quadrinhos da Marvel – e conta com a tradicional participação de seu criador, Stan Lee. Flashs precisos dispensam algum espectador mais desavisado de assistir ao primeiro filme da série, quando o herói ainda enfrenta a desconfiança da cidade. Neste, ele é tão aclamado que chegam a cogitar se não existiria mais de um. E quando Parker precisa de um tempo para se recuperar, deixando a população vulnerável, um corajoso e pequeno substituto dá uma surpreendente demonstração da confiança que todos depositam no Homem-Aranha – se é que tinha ficado alguma dúvida. A óbvia indicação de que o diretor Marc Webb vai voltar com o terceiro longa em breve desperta uma ansiedade boa quando aparecem os créditos. O melhor pode está por vir. Só prefira assistir em 3D.