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Música brega dá o tom perfeito às histórias de amor

Wando, Amado Batista, Odair José e outros reis do gênero embalam encontros e desencontros do documentário 'Vou Rifar Meu Coração', de Ana Rieper

Por Pollyane Lima e Silva, do Rio de Janeiro
Atualizado em 10 dez 2018, 11h11 - Publicado em 30 jul 2012, 12h33

“Descobri que essas canções eram, na verdade, crônicas de um modo de vida.”

Ana Rieper, diretora

Enquanto a mulher casada há mais de 40 anos diz não acreditar no amor, um apaixonado incorrigível lembra que entrou em desespero quando a esposa o abandonou. Um casal conta no sofá de casa como se apaixonou à primeira vista. São histórias independentes, mas que guardam entre si uma trilha sonora em comum. E inconfundível: a música brega, sem nenhuma vergonha. Afinal “esse negócio de paixão é bem brega, né?”, conclui outra personagem verdadeira do documentário Vou Rifar Meu Coração, que tem estreia marcada para esta sexta-feira.

Depoimentos de pessoas comuns, colhidos no interior de Recife e Alagoas, somam-se ao de artistas do gênero no filme da diretora Ana Rieper. Wando, por exemplo, um dos reis desse romantismo exacerbado, confessa que já foi abandonado algumas vezes. “Você sonha com uma pessoa, você faz propostas de amor pra essa pessoa, e daí a pouco a correspondência vem contrária: ‘Olha, eu quero você como amigo’. Isso é a pior coisa que tem”, diz. E outro ícone do gênero, Amado Batista, admite também que compõe melhor quando está sofrendo, enquanto Lindomar Castilho afirma ter certeza de que é possível morrer de amor. “Se o coração para de bater…”, resume.

Talvez por entender tão bem essa dor do coração que suas canções tocam fundo em quem as ouve. “Minha ideia era colocar as músicas integradas com as narrativas. Depois de uma grande pesquisa, escolhi as mais significativas e fomos atrás de quem vivia aquelas histórias. Descobri que essas canções eram, na verdade, crônicas de um modo de vida”, conta Ana, que percorreu mais de 5.000 quilômetros por terra para colher e filmar todas essas pessoas que, apesar de não terem nenhuma experiência diante das câmeras, mostram-se muito à vontade para falar de seus encontros e desencontros. “Realmente me surpreendeu a maneira aberta com que essas pessoas falam sobre temas delicados e muito íntimos, como amor, traição, bigamia, homossexualidade.”

Confira, na lista, algumas das músicas que compõem a trilha de Vou Rifar Meu Coração:

Foi assim que a produção de Vou Rifar Meu Coração – título emprestado de uma música de Lindomar Castilho – deparou-se com as histórias emocionantes e reais, que quis contar fugindo a todo custo do senso comum. “Procurei tratar todas as histórias com disposição de entender a beleza e a poesia que existe em cada uma delas”, conta Ana. Dessa forma, o filme passeia também pela história de um travesti: Marcos, que hoje é Marquise, diz sentir o amor, e esperar por ele, como as mulheres sentem e fazem. E assim, atrás de cada história, surgem muitas outras, sob o som de cabaré de famosos como Odair José e desconhecidos dos grandes centros brasileiros, como Walter de Afogados.

O que o filme deixa – além, é claro, dos refrões das músicas colados na cabeça – é a certeza de que o amor é mesmo brega, e que toda dor de cotovelo tem uma música que lhe cabe perfeitamente. “Gosto dessas, que vão ao fundo do poço”, assume uma das entrevistadas de Ana, que admite ter se afeiçoado a cada um que passou pelo seu caminho ao longo de um ano e três meses de produção. “Conheci muitas pessoas que vivem suas vidas de maneira muito corajosa. São as pessoas que fazem de suas vidas grandes histórias.”

Histórias como a da mulher casada há 40 anos que não acredita no amor porque foi traída pelo marido, que sustenta duas famílias há mais de uma década. E do homem que se apaixonou à primeira vista pela prostituta que se tornou a mulher da sua vida, com quem se casou e teve dois filhos. E enquanto um casal retira do aparelho de som judiado pelo uso extremo um CD de Amado Batista para apresentar sua música favorita – de um tal Pablo -, o pôr-do-sol do sertão se transforma no cenário perfeito para ritmar os corpos unidos no embalo das canções de amor. E mais difícil do que reparar um coração partido, é escapar dos clichês e da breguice quando o assunto é amor e paixão.

Assista, no vídeo abaixo, ao trailer do filme Vou Rifar Meu Coração, que estreia sexta:

https://www.youtube.com/watch?v=HuJ-CL5-1VE

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