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Marcas de Charles Dickens persistem em Londres, a cidade que o inspirou

Por Da Redação
7 fev 2012, 09h44

Dani Bosque.

Londres, 7 fev (EFE).- Dois séculos depois do escritor inglês Charles Dickens ter imortalizado a Londres vitoriana em seus romances, a cidade mantém marcas desse passado tão esplendoroso como traumático.

Londres viveu durante o século 19 sua época dourada: além de ser a capital do império britânico, liderou a revolução industrial, sua população quase quadriplicou, sua atividade comercial era frenética e também foi o período em que a ferrovia e o metrô começaram a ser construídos.

Dickens, que completa 200 anos de seu nascimento nesta terça-feira, localizava suas histórias (com exceção de ‘Tempos difíceis’) nesta cidade florescente, da qual o escritor criticou a pobreza, as duras condições trabalhistas, o analfabetismo e os problemas de saúde e de higiene.

‘Felizmente, Londres mudou muito desde os tempos de Dickens. As condições de vida que ele denunciava já são história. Mas passeando por suas ruas, não é difícil encontrar a essência da época vitoriana’, explicou à Agência Efe, Jean Haynes, antigo membro da Sociedade de História de Londres e guia oficial da cidade.

Em contraste com os modernos arranha-céus e o ritmo acelerado da capital, muitas das mansões vitorianas e das humildes casas de tijolos enegrecidas pela fuligem onde Dickens situou seus romances, se mantêm de pé, imutáveis a passagem dos anos.

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Perto do bairro de Camden, no norte de Londres, foi construída a primeira casa do escritor após casar-se em 1836 com Catherine Hogarth, uma residência de dois andares e grandes vidraças onde viveram por três anos.

Desde 1925, a casa, onde nasceram três de seus dez filhos, se transformou no principal museu dedicado ao escritor.

Mas é no leste da cidade, às margens do rio Tâmisa, onde Dickens dava longos passeios pelas estreitas ruas infestadas de gente e se passa boa parte de suas histórias.

Sob uma ponte na região de Chancery Lane, fica o armazém que inspirou o abrigo ‘de paredes e teto escurecidos pelos anos e a sujeira’ do bando de Fagin, o personagem que obriga o órfão Oliver Twist a roubar para ganhar a vida.

Em um dos becos escuros de Londres pairam as casas de banho romanas preferidas de Dickens e frequentadas por David Copperfield na ficção.

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A poucos metros do rio, em Temple, a primeira residência em Londres de Pip Pirrip, o protagonista de ‘Grandes Esperanças’, hoje um prédio de escritórios.

Menos mudanças sofreram os arredores do Lincoln’s Inn, onde fica o Old Hall, que em sua época acolhia um tribunal e onde o gênio britânico decidiu narrar a trama de ‘Casa desolada’, uma ácida crítica ao sistema judiciário inglês.

Exatamente ao lado, ainda está de pé a mansão vitoriana do amigo e biógrafo de Dickens, John Forster, onde transcorrem algumas cenas de seus romances, assim como a loja que inspirou ‘A loja de antiguidades’, que data de 1567 e ostenta com orgulho seu nome, homônimo ao do livro.

‘Dickens amava Londres porque era sua fonte de inspiração. Quase tudo o que aparece em seus romances surge de suas experiências nesta cidade. Por isso ele a chamava de sua lanterna mágica’, revelou Haynes.

A memória do escritor continua viva, como denunciam as inúmeras placas azuis que lembram sua passagem pela cidade. Mas, ao contrário do que era de se esperar, e por desejo expresso do escritor, não há nenhum monumento em sua homenagem, exceto um pequeno busto em uma praça onde havia uma pousada frequentada por ele.

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Seu corpo repousa na Abadia de Westminster, contra a sua vontade que preferia ter sido sepultado de maneira simples, onde os fãs pudessem homenageá-lo como rezava um obituário da época, foi ‘simpatizante do pobre, do miserável e do oprimido’. EFE

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