Katy Perry: show com clima de bufê infantil
Música foi mero detalhe. Até cantar, na maioria das músicas, a americana deixou por conta do playback
Com 30 minuntos de atraso — a previsão original era de começar às 21h40 — a cantora Katy Perry deu início ao terceiro show do palco Mundo, o principal do Rock in Rio, no primeiro dia da quarta edição do festival. Katy chegou numa plataforma suspensa a seis metros do palco. E por 1 hora destilou uma mistura de performance infantilizada, num palco atulhado de pirulitos e doces gigantes, apelo sexual e sucessos radiofônicos.
Entre hits como Teenage Dream (que abre o show), Firework, I Kissed a Girl, California Gurls e Last Friday Night, Katy provocou o público com seu farto decote, fez movimentos similares a sexo oral em Peacock e trocou de roupa mais de dez vezes.
A interação com a plateia teve seu auge quando ela perguntou ao público quem aceitaria ser seu namorado. Foi quando surgiu Julio, de Sorocaba, interior de São Paulo, que, sem camisa, participou do show por longos cinco minutos, enquanto Katy simulou assediá-lo. Tudo de mentirinha, é claro, só para não fugir ao repertório clichê dos shows de música pop.
Antes do final da apresentação, ainda deu tempo de a americana vestir uma bandeira do Brasil. Mais um truque manjado para angariar a simpatia dos presentes.
O show, assim como se pode esperar da apresentação que ela faz neste domingo, em São Paulo, foi daqueles em que a música é mero detalhe. Mesmo os sucessos da carreira da cantora — pelo menos dez em apenas dois discos, um feito e tanto, é preciso reconhecer — se tornam acessórios. Importa a imagem, algo entre símbolo sexual e animadora de festa infantil, e o entretenimento da plateia por meio de tiradas espirituosas.
Até cantar, na maioria das músicas, Katy Perry deixou por conta do playback.