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Eliminação de Ariadna coloca o BBB11 no paredão

Personagem mais controverso, ela também garantia audiência ao programa, que tem agora como candidatos a símbolo o baiano Diogo e a carioca Diana, lésbica recém-assumida

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 jan 2011, 16h32

O jeitão desbocado e a maneira quase obsessiva de falar de sexo de certa forma não depõem a seu favor – mas transformaram Ariadna, a cabeleireira transexual de Realengo, na principal personagem do Big Brother Brasil 11 em sua semana de estreia. Primeiro participante transexual do reality show no país, ela era a controvérsia e o diferencial desta edição. Sua eliminação nesta terça-feira, com 49% dos votos do público, coloca um desafio para o programa. Será que o mais do mesmo – a repetição dos barracos e pegações das edições anteriores – sustenta a audiência do BBB11?

Cabeleireira de origem simples, Ariadna se chamava Tiago antes de mudar de sexo em uma mesa cirúrgica na Tailândia, país que vem sendo procurado por transexuais brasileiros pela facilidade que oferece para esse tipo de operação. Para levantar o investimento necessário à transformação, ela teria se prostituído na Itália. A experiência como garota-de-programa, iniciada ainda antes, aos 14, quando deixou a casa onde sofria maus tratos de seu padrasto, foi admitida pela cabeleireira nos últimos dias. Mas já corria a internet, em forma de boato, desde o anúncio dos participantes do programa, dia 5 de janeiro.

No BBB, além de se assumir ex-prostituta, ela contou a colegas sobre os conflitos que enfrenta com a família, pela qual não é aceita. Sua figura marginal ou pouco convencional – uma mulher com linguajar gay logo percebido por Lucival e Daniel, que são homossexuais, e pautada pelo sexo – a afastou de colegas de confinamento. O engenheiro Cristiano, que a mandou para o paredão como líder, chegou a dizer que, se fizesse sexo com ela, teria de “se lavar com perfume”. Por outro lado, fez dela o rosto inicial desta edição.

A própria direção do programa parece ter percebido a perda que sofreria com a sua saída. O discurso feito na noite desta terça pelo apresentador Pedro Bial era claramente um incentivo à pegação no reality. O jornalista recomendou aos participantes que parassem de se preocupar com o julgamento de suas famílias. Uma indireta destinada especialmente à paulista Michelly, que rompeu com o baiano Diogo com medo do que o pai iria pensar de seu comportamento no reality. Deu resultado: o segundo casal do BBB voltou às boas.

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O fogoso Diogo é, aliás, um candidato a ocupar o lugar de Ariadna. Além de paquerador – Michelly não foi a sua única tentativa – e desinibido, ele se pretende compositor musical, criando canções carnavalescas para o programa. Outra candidata é a produtora carioca Diana, que nesta quarta-feira se assumiu lésbica. “Eu prefiro meninas”, ela disse, criando expectativa sobre um possível primeiro beijo entre mulheres no reality show – a roraimense Paula já se declarou pau para toda obra. Os dois não têm, no entanto, a força da cabeleireira de Realengo como personagem dramático. Não têm o seu histórico tumultuado, as suas aventuras pelo submundo e, muito menos, o seu passado sob outra identidade.

É certo que foi o público quem decidiu pela saída de Ariadna. E é igualmente certo que o atual elenco de brothres e sisters tem libido e melindres suficientes para manter agitado o programa. Não se trata, portanto, de uma guinada em direção a A Fazenda 3, da Record, que perdeu logo na primeira semana o furacão Monique Evans e rumou para o marasmo, embora tenha se mantido impressionantemente bem no Ibope. Mas a saída de Ariadna pode, sim, tornar mais difícil o futuro do BBB, programa que chega ao seu décimo ano com audiência em declínio.

Na primeira semana, ajudado pelo mistério da cabeleireira, que procurou guardar segredo de sua transexualidade – um segredo capaz de fazer Gerson, da finada Passione, corar -, o reality teve média de 29 pontos no Ibope na Grande São Paulo. Mas começou com 34 e 33 pontos, na estreia e na segunda noite, respectivamente, o que mostra uma involução da audiência. É possível agora que, com a saída de Ariadna, o desempenho caia mais ainda. Mas, se o BBB foi para o paredão, é ao público que caberá, outra vez, a decisão de eliminar o reality da sua programação.

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