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Cineastas afirmam que Brasil tem desafio de transformar cinema em indústria

Por Da Redação
22 abr 2012, 23h10

Damià S. Bonmatí.

Chicago (EUA), 22 abr (EFE).- A produção de cinema no Brasil já conta com as bases para se transformar em uma indústria cultural graças ao apoio público e às novas formas de difusão, e por isso os diretores brasileiros reunidos em Chicago, nos Estados Unidos, veem a mudança como um desafio viável.

‘O Brasil vive um momento muito interessante do ponto de vista da produção de cinema, cresceu e está crescendo, e por isso já conta com as bases para construir uma primeira indústria do cinema’, disse à Agência Efe o cineasta Toni Venturi, um dos diretores que visitou o 28º Festival de Cinema Latino de Chicago.

O evento dedica nesta edição uma atenção especial ao cinema brasileiro, com várias projeções, uma noite temática e 11 filmes em cartaz.

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Como base de sustentação, o cinema brasileiro recebeu nos últimos anos ‘uma nova geração de criadores que já está fazendo seu primeiro ou seu segundo filme’, o que injeta novas formas de narrar e de conceber os longas-metragens, relatou Venturi.

‘Estamos atrasados com relação à Europa, mas estamos começando com as coproduções e os intercâmbios de financiamento entre países: é um momento otimista’, assegurou.

Após passar seus piores momentos nos anos 1990, na última década as instituições contribuíram para a produção do cinema feito em casa.

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Segundo Venturi, que apresentou o filme ‘Estamos Juntos’ em Chicago, ‘na década de 90 se destruiu o sistema de financiamento do cinema brasileiro; o neoliberalismo eliminou os mecanismo de apoio, mas o sistema já está reconstruído’.

Já seu colega Davi de Oliveira Pinheiro defende a necessidade das linhas de financiamento, mas detecta riscos em subvencionar os filmes em excesso.

‘O cineasta tem muita responsabilidade pelo que faz com o dinheiro público, tem que servir algo às pessoas, que já pagaram por isso’, advertiu.

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O diretor, que aterrissou em Chicago consciente que apresentava uma das propostas mais arriscadas, ainda não estreou seu longa-metragem ‘Porto dos Mortos’ nas salas de cinema do país.

Inicialmente Pinheiro enfrentou problemas para bancar os custos do filme e confiou nas novas formas de difusão para buscar fundos antes de fazer a filmagem definitiva.

‘A internet já não é o futuro, é o presente, cada vez mais haverá filmes e mais filmes na rede. Para as que não são autofinanciadas nem contam com o apoio público será a forma de encontrar este financiamento’, comentou o cineasta.

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Segundo os diretores, a vida de um filme já não depende tanto da grande tela como da distribuição na televisão por assinatura, na aberta e na rede.

Pinheiro e Venturi contam que o florescimento cinematográfico do país se baseia em uma diversidade de filmes comerciais, independentes e documentários, também em realidades muito díspares.

O diretor de ‘Porto dos Mortos’ especificou que ‘cada estado no Brasil é um mundo’ e que ‘as formas de contar, o pensamento, a tradição são diferentes’.

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Já Venturi se mostrou mais pragmático e rodará em breve seu novo projeto, uma comédia de situações que aspira ser ‘mais aberta a todos os públicos’ graças a ‘um conto tradicional adaptado para o presente’.

Para estes diretores, o cinema nacional precisa de mais tempo, roteiros melhores, menor burocracia institucional e novos mercados.

O público americano, um tanto reticente em ler legendas, é tão complicado de atrair que estes diretores classificaram o Festival de Chicago como uma ‘exceção’. EFE

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