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Blu e Jade, das telas para o Museu de Belas Artes

'Rio', de Carlos Saldanha, ganha exposição sobre a criação e o desenvolvimento da animação e DVD com cenas que ficaram de fora do filme

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 jul 2011, 07h21

Após o sucesso no cinema, a arara-azul Blu ganhou um espaço no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e se transformou na exposição ‘Rio: A Arte da Animação’. A mostra será aberta ao público nesta sexta-feira, mas já na quinta o diretor do filme, Carlos Saldanha, circulou pelo local e fez uma rápida apresentação sobre o passo a passo de uma animação. Este é justamente o objetivo da exposição que, de forma didática e bastante visual, torna compreensível os procedimentos para a construção de um longa-metragem desse tipo. “Espero que isso traga cada vez mais pessoas aos museus, principalmente as crianças”, diz Saldanha.

‘Rio: A Arte da Animação’ ocupa uma sala grande do museu, e é composta basicamente por imagens. Quem entra vê um grande painel com o desenho de uma praia. Barracas de sol e bolas no chão, como se a exposição fosse uma continuidade da cena, são um chamariz para os visitantes tirarem fotos. Com Saldanha não foi diferente. Ele aproveitou a adaptação de sua obra para a linguagem de uma exposição e posou para os cliques dos fotógrafos. Em seguida, explicou as informações que estão presentes na mostra. O circuito começa com a confecção de um roteiro, passa pelo storyboard- momento no qual são explicados os detalhes da cena em que Blu está na asa-delta com a arara Jade-, pela direção de arte e design, modelagem, animação, iluminação e efeitos.

O visitante pode perceber como foi feita a criação dos animais e as mudanças físicas pelas quais cada um passou. O buldogue Luiz, por exemplo, era uma arara vermelha. “É a fase de brincar com as possibilidades”, explica Saldanha. Nas paredes também estão os elementos fotografados que serviram como referência para o filme. Há pranchas de surf, barracas de praia, melancia, o bonde de Santa Teresa e até uma foto com a coloração do céu. A exposição revela o estudo da variação das cores de Blu e Jade e desenhos das diferentes expressões faciais de cada um.

Na sala, há duas televisões que passarão o filme Rio em 3D. Para a próxima semana, ainda será montado um quiosque para tornar a exposição mais interativa. Nele estarão seis celulares e seis monitores. A criança poderá usar o aparelho móvel oferecido pelo museu para brincar com um jogo do Blu, que será transmitido pelas televisões, como um videogame. “É uma forma de atualizar a linguagem do museu e o diálogo com a sociedade. Os museus, especialmente o de Belas Artes, estão abertos para o que existe de contemporâneo na atividade artística”, explica o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), José Nascimento Junior.

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O curador da mostra é Marcello Monteiro, especialista em animação com experiência de mais de dez anos só nos estúdios Disney e estreante em curadoria. A exposição ficará no museu de Belas Artes até o dia 4 de setembro. O museu funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Nos finais de semana, vai de meio-dia às 17h. Aos domingos a entrada é gratuita, já nos outros dias custa cinco reais. As negociações com a Fox apontam para a possibilidade de levar a mostra para São Paulo, mas ainda não há uma definição.

DVD- Esta quinta-feira também foi o dia do lançamento do DVD do filme Rio. Além do longa-metragem, há cenas que não entraram no filme, bastidores de como foram feitas as gravações de voz e imagens com a criação da trilha sonora- ai aparecem os brasileiros Carlinhos Brown e Sérgio Mendes.

Quanto às cenas extras, elas são um alento para Saldanha, que disse ter ficado chateado com o corte de algumas delas. “Fico triste de perder cenas que gosto. O DVD ajuda a rever esses momentos”, explica. Uma dessas passagens é o Blu experimentando as frutas tropicais pela primeira vez e dizendo: “Parece uma festa na minha língua”. No DVD também existe um jogo para as crianças aprenderem a sambar com a arara-azul.

Curiosidades- A animação, a princípio, não teria o Blu como personagem principal. A ideia desse filme já existe há cerca de 10 anos na cabeça de Saldanha. Mas a figura central seria um pinguim chegando às areias cariocas. “Imaginava ele surgindo e se deparando com tudo colorido, como papagaios e tucanos. Um personagem chegando na paia e aquecendo o seu coração nessa trajetória.” A essa altura, Blu era mera figurante.

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O problema no meio do caminho das ideias de Saldanha foi a série de filmes sobre pinguins. Happy Feet, Madagascar e A Marcha dos Pinguins fizeram a arara-azul se tornar o símbolo do filme Rio. “Eu gostava muito do Blu e não queria perder essa narrativa da criatura estrangeira na cidade do Rio. Por isso Blu foi criado nos EUA, virou americano de coração e achou a sua brasilidade durante o filme”, conta Saldanha.

O diretor também explicou que um passo importante durante a construção da animação foi quando desembarcou com parte da equipe estrangeira no Rio de Janeiro. Isso aconteceu após um ano de começada a produção. Saldanha pediu que todos fizessem um dossiê sobre as suas primeiras impressões. “Eu já tinha levado muitas informações a eles, mas eles não criaram o espírito que eu queria. Ainda havia um olhar estrangeiro. Quando os trouxe para o Rio, consegui a autenticidade que buscava”, afirma Saldanha. Na produção do filme, das cerca de 400 pessoas envolvidas, apenas três eram brasileiros, e somente Saldanha carioca.

Veja o comentário de Isabela Boscov sobre o filme

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