Beija-Flor investe no luxo e em grandes alegorias
Escola de Nilópolis reverenciou o carnavalesco Joãozinho Trinta, morto em dezembro de 2011. Enredo cantou o estado do Maranhão
A atual campeã do carnaval carioca repetiu a fórmula de luxo e grandes alegorias para tentar manter o título em 2012. O enredo “São Luiz: o poema encantado do Maranhão” homenageou também o mais ilustre maranhense que já pisou na quadra da azul e branco de Nilópolis: Joãozinho Trinta, campeoníssimo carnavalesco pela escola, morto em dezembro de 2011. O desfile, o mais esperado da noite, foi marcado pela emoção. “Toda homenagem a ele é pouca”, disse o intérprete do samba da escola, Neguinho da Beija-Flor. “Homenagear Joãozinho é uma obrigação da Beija-Flor, de todas as escolas, por tudo o que ele fez pelo Carnaval brasileiro.” A agremiação trouxe para a avenida uma réplica de um carro alegórico idealizado por Joãozinho Trinta em 1989, com o Cristo Redentor Mendigo, censurado pela Justiça. Na época, a escultura foi coberta e trouxe a faixa: “Mesmo coberto olhai por nós.” Neste ano, o Cristo Redentor foi substituído por Joãozinho Trinta com os braços abertos e a faixa: “Valeu João, valeu!” Conterrânea de Joãozinho Trinta, a cantora Alcione, uma ilustre mangueirense, desfilou pelo segundo ano consecutivo na escola coirmã. “A Mangueira é minha paixão, mas desde que eu vi a Beija-Flor pela primeira vez a respeitei pela garra, pela força e pela organização”, disse. Alcione veio no sexto carro, o da Música, acoplado ao da Literatura. Para a cantora, a morte de Joãozinho foi “um golpe duro demais”. “Mas ele está aqui. Ele jamais sairá da memória dos cariocas, dos maranhenses e dos brasileiros.” Questionado sobre para qual escola estava torcendo, ela respondeu: “Isso é maldade com a cantora. Não posso responder essa pergunta”, disse, com as unhas das mãos pintadas de verde e rosa. “Mas o anel é azul”, advertiu Alcione.