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Baltazar vai sorrir somente no último capítulo

Por Da Redação
21 mar 2012, 10h15

Durante os sete meses em que está no ar como o motorista Baltazar da novela Fina Estampa, Alexandre Nero não sorriu. A primeira risada de seu personagem, carinhosamente apelidado de Zoiudo, acontecerá apenas no último capítulo, na sexta-feira, e por sugestão do próprio ator. Em cena gravada no Projac, na quinta passada, o homofóbico Baltazar e o gay afetado Crô (Marcelo Serrado) vão selar a amizade e, ao final de um abraço (fraterno, ainda que boa parte do público torcesse para um romance), Nero sugeriu que seu personagem esboçasse um sorriso, meio amarelo. “Achei que era uma maneira simbólica de mostrar que esse cara está tentando melhorar”, disse o ator à reportagem.

Ainda que a novela seja uma obra aberta, que muda ao sabor da audiência, é fato que a transformação de Baltazar após 185 capítulos foi drástica. No início da trama, Nero lembra que não recebeu nenhuma orientação pessoal por parte do autor, Aguinaldo Silva, e que teve de se basear na sinopse, que classificava Zoiudo como “um homem bruto, sem educação, de estopim curto, violento fisicamente e emocionalmente”.

“No início de uma novela, você está no escuro. Então, ele era mais violento mesmo, quase uma caricatura, porque ainda não via sua fragilidade”, disse. Com medo de que o homem que batia na mulher lembrasse o personagem de Jackson Antunes em A Favorita, sua primeira novela, Nero conta ter quebrado a cabeça para decifrar as motivações de Baltazar. “Só consegui entendê-lo melhor quando percebi que essa brutalidade é só a casca dura de um homem frágil. Quanto mais metido a forte, bruto e violento, mais ‘bunda-mole’ você é.”

Assim, com o aval da direção, tratou de fazer mudanças no perfil daquele homem e, se a sinopse dizia que ele odiava a mulher, Celeste, Nero combinou com a atriz Dira Paes que eles iriam sim se amar, mas de uma maneira errada. “Hoje vejo que foi um golaço, que nasceu de uma semente plantada por mim e pela Dira. Nós sempre acreditamos no amor dos dois.” Para dar vida ao homem violento, que apesar de detestar a patroa, Tereza Cristina (Cristiane Torloni), cumpre todas as suas ordens calado, Nero diz ter lido muitos livros e filmes como Amor?, de João Jardim, sobre relacionamentos doentios. Mas não quis conversar com nenhum agressor da vida real, muito menos com mulheres agredidas.

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Depois de tanta porrada, críticos do gênero podem até achar que a regeneração do personagem seja coisa de novela, mas Nero defende a verossimilhança do enredo. “Se tem uma coisa em que acredito é na mudança das pessoas. As coisas mudam o tempo inteiro, seja para pior ou melhor. Sou totalmente diferente do que era há dez anos. Não acredito que as pessoas sejam más, mas que estejam perdidas. Se um homem vai para a cadeia e apanha todo dia, vai voltar pior.”

(Com Agência Estado)

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