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TV a cabo legal – e mais cara – é o primeiro serviço que chega à Rocinha

Operadoras disputam clientes das favelas ocupadas pela polícia, onde imperava o 'gatonet'

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
20 nov 2011, 08h45

Governo do estado e prefeitura do Rio ainda estão planejando como levar os serviços públicos às favelas da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, ocupadas no último domingo. Outro serviço – privado, mas também desejado – chegou antes. E, na quinta-feira, foi a vez de um batalhão de vendedores de assinaturas de TV por assinatura invadirem os becos da favela. “A gente está acostumado a ver tevê a cabo, futebol e filme estrangeiro à vontade. Agora não quer voltar a assistir só novela. Ontem eu fiz uma assinatura, mas vou botar um ponto só. Antes eu tinha dois, o principal e o escravo”, conta um morador, explicando que o apelido do segundo ponto se deve à necessidade de assistir sempre ao mesmo canal, nos dois aparelhos de TV.

Pelo novo serviço, ele passará a pagar 49,90 reais pelo plano básico de 89 canais da operadora. O valor é o dobro dos 25 reais que pagava pelo “gatonet”. Ele, no entanto, não reclama do aumento do preço. Pior que isso é a demora na instalação. “Neste momento eu estou, digamos, sem cobertura de tevê a cabo. Eles disseram que vão iriam instalar em três dias, amanhã vence o prazo. Vamos ver se vão cumprir”, cobra o morador.

Além dele, outros 300 novos clientes da Sky aguardam instalação. Aline Santos consultora de vendas da empresa, conta que a Rocinha entrou nas prioridades dos vendedores de assinaturas. “Depois que o Nem foi preso as coordenadoras mandaram a gente vir para cá. O pessoal sabia que com a polícia aqui as ligações clandestinas iam ser cortadas e a gente ia precisar de muitos vendedores para atender a toda essa gente. A gente consegue vender, mas os técnicos não conseguem dar conta de colocar antena na casa de todo mundo”, justificou a vendedora.

Por toda a extensão da favela de cerca de 80 mil habitantes – dados oficiais do Censo, mas estima-se que sejam quase 200 mil os moradores – encontram-se encontra-se funcionários da operadora tentando dar conta da demanda repentina. Na Rua 1, que corta a comunidade de São Conrado à Gávea, há um “exército vermelho” de instaladores e consultores da operadora. “Tem mais vendedor aqui do que policiais. É mais fácil de achar os vermelhinhos do que os pretinhos” diz Aline, comparando a presença de seus colegas de empresa com os soldados do Bope.

Estar na favela, no momento em que milhares de consumidores que já conhecem e usam o produto precisarão tornar-se, de fato, clientes das operadores, desperta o apetite das empresas. A Via Embratel anunciou nesta sexta-feira o projeto Via Paz, que, em parceria com o governo do Rio, levará preços populares à Rocinha. A mensalidade é de 29,90 reais, com taxa de instalação de 50 reais. Essa tarifa já é oferecida no Alemão e na Vila Cruzeiro. O plano é estender o Via Paz a todas as comunidades que o estado declara ‘pacificadas’. O Via Paz inclui 99 canais, 49 de variedades – filmes, esportes, documentários infantis, canais abertos, noticiários e entretenimento em geral -, 32 canais de música e 18 rádios.

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