Trio acusado de esquartejar motorista vai a júri popular
Mulheres respondem pelo crime de triplo homicídio qualificado; corpo de motorista foi esquartejado e descartado em quatro pontos de São Paulo
A juíza Carla de Oliveira Pinto Ferrari, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, determinou que as três mulheres acusadas de matar e esquartejar o motorista de ônibus Álvaro Pedroso, em março de 2014, deverão ser julgadas por um júri popular. O Ministério Público de São Paulo denunciou Marlene Gomes, Francisca Aurilene Correia e Márcia Maria de Oliveira por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima – e estão presas desde junho do ano passado. Na época, o crime ganhou repercussão porque o corpo de Pedroso foi espalhado em sacos de lixo em quatro pontos do centro da capital.
“Com efeito, os crimes a elas imputados são extremamente graves e assolaram a sociedade paulistana em função das peculiaridades do caso. Não há necessidade de se produzir qualquer outra prova, pois o conjunto probatório possibilita a prolação de sentença de pronúncia, na medida em que há prova da materialidade e sérios indícios de autoria”, escreveu a juíza na sentença publicada no dia 22 de janeiro deste ano.
De acordo com o Departamento de Homícidio e Proteção à Pessoa (DHPP), as três mulheres confessaram o crime. Em um primeiro momento, a polícia teve dificuldades de identificar a vítima porque os pedaços do corpo de Pedroso, encontrados no dia 23 de março no bairro nobre de Higienópolis, estavam em avançado estágio de decomposição e tiveram a pele arrancada. A investigação só avançou cinco dias depois, quando foi achada a cabeça da vítima embrulhada em um saco de lixo na Praça da Sé. A partir dela, foi possível fazer uma reconstituição da fisionomia do motorista e recolher o seu material genético.
Após a identificação da vítima, a polícia chegou às três mulheres por meio de depoimentos de testemunhas. Segundo as investigações, Marlene mantinha um relacionamento amoroso com Pedroso há cerca de sete anos. O homem costumava presenteá-la com frequência, mas não era correspondido, o que o motivou a romper a relação. “Alvaro, então, começou a manifestar a intenção de terminar o enlace com a denunciada Marlene, todavia, isto a contrariou demais. Afinal de contas, perderia o cliente assíduo, que lhe pagava por seus préstimos libidinosos semanalmente e, amiúde, a presenteava. Via-a como mais uma de suas fontes fixas de renda e não suportou a ideia de viver com um descréscimo de seus ganhos”, diz a denúncia, assinada pelo promotor Tomás Busnardo Ramadan. Arquitetando a morte de Pedroso, Marlene chamou as amigas Francisca e Márcia para que a ajudassem a executar o crime e descartar o corpo.
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(Da redação)