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Sociedade em estado bruto

Em duas semanas, o Brasil assiste a dois “justiçamentos”. A onda de barbárie mostra que a população está à beira da saturação: na segurança, na economia, nos transportes, o país dá um passo à frente e dois para trás

Por Leslie Leitão e Fernanda Allegretti
8 fev 2014, 05h00

Mesmo nas sociedades mais avançadas a civilização e a barbárie travaram quedas de braço. Os gregos clássicos do século IV antes de Cristo, que inventaram o pensamento abstrato, colocando a humanidade em um patamar superior, conviviam sem remorsos com a escravidão e o genocídio – as cidades inimigas sitiadas podiam escolher entre a rendição, caso em que apenas os homens adultos seriam mortos, e a resistência, que significava o massacre pela espada de todos: homens, mulheres e crianças. Na Roma dos Césares, que atingiu um nível de qualidade de vida que só seria equiparado com o advento da Revolução Industrial na Inglaterra dezesseis séculos mais tarde, a diversão mais popular era ver pessoas serem devoradas por leões famintos no Coliseu. As sociedades modernas também foram palco do mesmo fenômeno de contrastes. No começo dos anos 60, a União Soviética, no auge, foi capaz de colocar um homem em órbita, mas mandava dissidentes para morrer de fome e exaustão do trabalho escravo em infernos na Terra, os “gulags”. Mesmo nos Estados Unidos do pós-guerra, em que pessoas comuns tinham mais luxos do que os monarcas do começo do século XX, o ódio racial separava brancos e negros, que comumente eram alvo de organizações secretas assassinas, sendo a Ku ­Klux Klan a mais notória. Mas tudo isso é história. A tendência do progresso atualmente é aplainar as diferenças mais gritantes entre os estágios civilizatórios em um mesmo território. No Brasil não vinha sendo diferente. Mas, de uns tempos para cá, os episódios de barbárie têm sido tão frequentes e crescentemente cruéis que há sinais alarmantes de que o país pode estar vivendo um processo de ruptura social grave, cujo sintoma clássico é o amortecimento das consciências, um transe coletivo em que as pessoas já não se chocam com mais nada.

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