Sites oficiais sofrem mais de 200 ataques em seis dias
Para conter o problema, Serpro vai mudar versão do IP das páginas oficiais
O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) informou nesta terça-feira que mais de duzentos sites de órgãos públicos no país vem sofrendo ataques de crackers desde quarta-feira da semana passada. São portais do governo, estatais, prefeituras, universidades, entre outros. O número de acessos a esses sites – instrumento usando pelos crackers para derrubar as páginas – dobrou na última semana.
Para aumentar a segurança no sistema, o Serpro mudará a versão do endereço de sites do governo (IPs) até o fim do ano. Os portais da Presidência da República e da Receita Federal, que sofreram os ataques mais críticos, devem ser os primeiros a serem modificados. Na madrugada do último dia 22, foram registrados mais de 2 bilhões de acessos a esses sites.
“Estamos fazendo adaptações dos softwares para IP versão 6. Isso permite que os ataques sejam identificados com certidão da sua origem, como o Exército e a Polícia Federal já vêm trabalhando”, afirmou o diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni. Hoje, o IP dos equipamentos federais trabalham na versão 4. Com a alteração, todos os acessos às páginas do governo serão identificados, o que facilitará o trabalho de identificação dos crackers. Até 2013, todos os portais públicos terão o sistema adaptado.
O órgão também promete ampliar sua atuação em sites públicos que não são hospedados pelo Serpro. “Avançamos nossas proteções a todos os sites do governo, independentemente de estarem sob responsabilidade do Serpro”, disse Mazoni. Entre as páginas que sofreram ataques, mas não são administrados pelo Serpro, estão a do Senado, da Petrobras, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos ministérios do Esporte e da Cultura.
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, foi escalada pela presidente Dilma Rousseff para manter contato permanente com o Serpro sobre os ataques. Ela recomendou ao órgão vigilância permanente nos sites do governo. O Serpro também acompanha a movimentação das redes sociais, como Twitter, na tentativa de identificar os crackers.