O candidato à Presidência José Serra (PSDB) fez duras críticas, nesta segunda-feira, ao esquema de lobby na Casa Civil envolvendo Israel Guerra, filho da ministra Erenice Guerra – como revelou a edição de VEJA desta semana. Apesar de não defender diretamente exonerações de funcionários – hoje o assessor jurídico da pasta, Vinícius Castro, pediu demissão -, o candidato afirmou que a investigação deve ser rigorosa: “Eu não vou dizer o que eles têm que fazer em matéria de se demitir ou de não se demitir. O que eles têm que fazer é dar transparência, dar caminho para uma investigação séria e não de fachada, em que a vítima passa a ser culpada e o culpado passa a ser vítima”.
O tucano disse ainda que, caso eleito, não admitirá política de influências no Executivo: “Um governo que não permita que se instalem lobbies nos diferentes ministérios para arrecadar dinheiro de corrupção – começando pela Casa Civil, que deve ser exemplo para os outros. No entanto, a Casa Civil virou foco de escândalos”. Serra falou com a imprensa após participar de reunião no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele já havia feito críticas à pasta durante o debate promovido Rede TV/Folha de S.Paulo, na noite deste domingo, em São Paulo.
Receita Federal – O presidenciável também criticou os argumentos de Dilma Rousseff em relação aos vazamentos de dados na Receita Federal: “A ideia de que ela não era candidata é hilariante. A Dilma, desde meados de 2008, começou a campanha ao lado do presidente da República, inclusive quem atuava na Casa Civil na prática era a atual ministra [Erenice Guerra]. Até as paredes e o gramado da esplanada sabem disso”.