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Senado discutirá homofobia e direitos dos homossexuais

Passeatas no Rio e em São Paulo lembram assassinatos e agressões a gays e protestam contra preconceito

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 nov 2010, 18h10

Durante o ato, os manifestantes gritavam palavras de ordem como “Eu amo homem, amo mulher, tenho direito de amar quem eu quiser” e “Alô sargento, mais respeito, eu não sou alvo para levar tiro no peito”

O poder legislativo abrirá espaço, na próxima semana, para a discussão sobre preconceito e direitos dos homossexuais. O Senado Federal tratará, na quarta-feira, de casos de assassinatos de gays. Na audiência pública, estará presente a mãe do estudante baleado por um militar do Exército, no Arpoador, após ter participado da Parada Orgulho LGBT, no domingo 14 de novembro. Na quinta-feira, o debate acontecerá na Assembleia Legislativa do Rio. Um dos temas será o projeto de lei 122/2006, que propõe a criminalização da homofobia.

Neste domingo, o episódio do estudante homossexual atingido na bexiga por uma arma de fogo disparada por um soldado do Forte de Copacabana completou uma semana. Para lembrar o caso, manifestantes fizeram um protesto na orla de Ipanema. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas caminhou das imediações da rua Farme de Amoedo até o parque Garota de Ipanema, no Arpoador, zona Sul do Rio de Janeiro, onde houve o crime. Depois seguiram para o Forte.

Na dispersão, o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse que conversará na segunda-feira com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Eles falarão sobre a possibilidade de se realizar um encontro entre militares do Exército, homossexuais e representantes do governo do estado para discutir cidadania e direitos humanos. A mãe do jovem baleado estava presente, agradeceu o apoio e defendeu “que os gays tenham liberdade de ser quem são”.

De acordo com o superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos do Estado do Rio, Cláudio Nascimento, a caminhada foi “uma resposta simbólica e objetiva mostrando que a sociedade não aceita mais esse tipo de violência”. Durante o ato, os manifestantes gritavam: “eu amo homem, amo mulher, tenho direito de amar quem eu quiser” e “alô sargento, mais respeito, eu não sou alvo para levar tiro no peito”.

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Apesar da pouca quantidade de integrantes, o evento chamou a atenção dos banhistas. Houve quem xingasse os homossexuais, mas a maior parte dos que aproveitavam o domingo na orla apoiou a ação. “A nossa ideia hoje foi lembrar o crime e louvar todos os que se empenharam para que ele fosse logo resolvido”, afirma o presidente do Grupo Arco-íris, Julio Moreira. Outros representantes de grupos LGBT estiveram presentes, inclusive uma organização de Rio das Ostras, onde já houve quatro paradas gays.

Mães que têm filhos homossexuais também compareceram. Claudia Percu, diretora comercial de uma empresa, tem uma filha lésbica e, desde então, resolveu militar pela diversidade sexual. “Há 20 dias, minha filha foi convidada a se retirar de um restaurante porque estava de mãos dadas com a namorada. A agressividade é grande, não querem aceitar o diferente. Por causa da violência, hoje, nossos filhos saem de casa e não sabemos se ele irá voltar.”

O clima de solidariedade fez homossexuais lembrarem também dos quatro jovens agredidos na Avenida Paulista, no último fim de semana, por motivação homofóbica. Neste domingo, também houve manifestação em São Paulo, onde cerca de 100 pessoas ligadas ao movimento LGBT voltaram ao local da violência para protestar.

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