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Seca em SP deve continuar em 2015, diz cientista

Fenômeno El Niño pode contribuir para que a estiagem permaneça no próximo ano; Sistema Cantareira registra 12,8% da capacidade nesta terça

Por Da Redação
28 out 2014, 09h54

A seca em São Paulo deve continuar em 2015, desta vez associada também ao desenvolvimento do fenômeno El Niño, afirmou o secretário-geral adjunto da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), Jeremiah Lengoasa. O aquecimento das águas equatoriais do Oceano Pacífico, na altura do Peru e do Equador, provocará a formação de nuvens que tendem a ser arrastadas pelos ventos na direção oeste. Mas não para a América do Sul, explicou o cientista sul-africano, que participou na segunda-feira da abertura da 40ª Sessão do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, em inglês), em Copenhague, na Suíça.

“É a natureza tentando se modelar para atingir seu normal”, declarou. “Se entendermos melhor os padrões de oscilação do El Niño, poderemos prever de forma mais precisa e tornar disponível essa informação para os governos e as populações a serem atingidas. Mas a mudança do clima está tornando essa tarefa muito difícil.”

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Lengoasa explicou que a mudança foi mais agressiva entre 1997 e 1998, quando provocou o aumento médio de 0,5 grau Celsius na temperatura média mundial e levou a uma mudança severa na distribuição das chuvas. Em 2010, voltou a apresentar-se de maneira intensa, mas não tão forte como antes. “Já há 70% de chances de o El Niño surgir muito cedo, ainda no final deste ano. Se tiver o mesmo efeito de 1997 e 1998, isso será caracterizado por uma imensa seca no mundo”, afirmou. “Mas ainda há possibilidade de ele não se desenvolver de maneira tão forte.”

A OMM apresentará, nas próximas semanas, um relatório preliminar sobre o comportamento meteorológico de 2014. O ano é considerado o mais quente desde 2004, segundo análise dos dez primeiros meses, mesmo com os efeitos em curso do fenômeno de resfriamento conhecido como La Niña.

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Recomendações – Para países que enfrentam eventos climáticos extremos, como o Brasil, Lengoasa faz algumas recomendações. Primeiro, fortalecer os serviços hidrometeorológicos, que oferecem as informações sobre o clima. Segundo o cientista, os países devem intensificar o diálogo entre diferentes ministérios sobre a mudança climática.

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Em queda – O principal manancial que abastece São Paulo, o Sistema Cantareira, está prestes a encerrar o mês de outubro mais seco em 84 anos. Nesta terça, o volume de água armazenada nos reservatórios caiu para 12,8% da capacidade – já considerando a incorporação da segunda cota do volume morto. A previsão é que só volte a chover forte no próximo sábado.

O receio de ficar novamente sem água para atender 1,1 milhão de habitantes levou Campinas a pedir um novo aumento no volume liberado do Cantareira para o Rio Atibaia, que abastece 95% da cidade. A empresa municipal de saneamento, Sanasa, quer mais 1.000 litros por segundo do manancial para impedir uma concentração de poluentes na água que comprometa a captação. Por causa da baixa vazão do Rio Atibaia, Campinas decretou rodízio no abastecimento no dia 10 de outubro.

À época, a Sanasa já havia pedido mais 1.000 litros por segundo aos órgãos reguladores do Cantareira, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) só liberou metade. Atualmente, as regiões de Campinas e Piracicaba – onde 5,5 milhões de pessoas dependem do manancial – recebem 4.500 litros por segundo. Outros 18.700 litros por segundo são retirados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para a Grande São Paulo.

“É uma precaução nossa para evitar lá na frente que a qualidade da água não fique ruim caso não volte a chover. Hoje, a situação está normalizada”, afirmou o diretor técnico da Sanasa, Marco Antônio dos Santos.

(Com Estadão Conteúdo)

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