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Reunião entre reitoria e manifestantes termina em impasse

Uma assembleia organizada pelos invasores na noite desta segunda-feira deve decidir se a ocupação será mantida. Prazo para desocupação vence às 23h

Por Bruno Abbud
7 nov 2011, 20h00

Depois de quase quatro horas de reunião, os representantes da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) e os dos manifestantes acampados no prédio da administração central não conseguiram chegar a um acordo. Às 18h15, a Comissão de Negociação da Reitoria, formada pelos professores Alberto Amadio e Wanderley Messias, deixou a sala no prédio de Geografia e divulgou uma nota que reunia as propostas elaboradas durante o encontro.

O texto propõe a criação de dois grupos de trabalho integrados por alunos e funcionários da universidade para “oferecer propostas de detalhamento e aprimoramento do convênio USP-PM” e “examinar e buscar promover a revisão conciliatória de processos administrativos e disciplinares em curso envolvendo funcionários e estudantes”. A nota também reafirma o que foi combinado durante uma audiência de conciliação no último sábado, 5, no Fórum Hely Lopes Meirelles, em São Paulo, quando os manifestantes se comprometeram a entregar o imóvel sem danos.

O acordo não é muito diferente do oferecido pela reitoria nas últimas reuniões – uma na última sexta-feira, 4, outra no sábado. Desta vez, contudo, além da criação dos grupos de trabalho, a direção da universidade se comprometeu a “não tomar medidas administrativas e disciplinares contra estudantes e servidores por sua simples participação na ocupação da reitoria”. Todo o acordo, no entanto, está condicionado à desocupação do prédio, informou Messias.

Durante a reunião, Rafael Alves e Rafael Padial, representantes dos invasores, pediram para que as propostas da reitoria fossem “colocadas no papel”. O texto final, contudo, não agradou os estudantes. “Queríamos que os termos jurídicos fossem mais palatáveis”, disse Alves. “Mas eles não nos deixaram mudar”. “Para a gente, essas propostas não são suficientes”, completou Padial.

Os alunos se comprometeram a submeter o texto a uma votação durante uma assembleia na noite de hoje. A reunião, que precisa de quórum de cerca de 400 alunos para acontecer, deve começar às 20 horas. Padial acredita que a assembleia vai decidir pela manutenção da invasão. “É mais provável que votem contra as propostas da reitoria e decidam manter a ocupação”, disse. Uma ordem judicial determina que o prazo máximo para os alunos deixarem o prédio é às 23 horas de hoje.

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O professor Wanderley Messias torce para que os alunos votem pela desocupação. Caso contrário, diz ele, os estudantes terão de responder pelos seus atos. “Temos a esperança de que os alunos decidam pela desocupação voluntária”, disse Messias. “Se decidirem ficar, vamos comunicar essa decisão à Justiça quando o prazo vencer. A posição da USP é fazer com que a lei seja cumprida”. Pela manhã, o major Marcel Soffner, da Polícia Militar, informou que a corporação aguarda um contato da Justiça para, se for o caso, retirar os estudantes à força.

Divergências – Em entrevista coletiva depois da reunião de hoje, os professores Wanderley Messias e Alberto Amadio informaram que a nota divulgada aos jornalistas é fruto de um acordo entre a reitoria e os manifestantes. Os invasores, porém, disseram que a nota constitui apenas a posição da reitoria.

Voz grave, rosto suado como quem acaba de deixar um jogo de futebol, Messias afirmou que negociar com os manifestantes é tarefa complicada. “Durante a reunião, transcorreram algumas alfinetadas”, disse o professor. “Não é fácil negociar com esses estudantes”.

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