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Invasores enfrentam policiais em reintegração de posse

Vândalos receberam agentes com pedras e incendiaram ônibus e caminhões

Por Da Redação
11 abr 2014, 08h08

(Atualizado às 11h20)

Invasores de um terreno da operadora de telefonia Oi, no Engenho Novo, Zona Norte do Rio, entraram em confronto com a Polícia Militar durante a reintegração de posse, no início da manhã desta sexta-feira. Há apenas onze dias, cerca de 5.000 pessoas começaram a se instalar no local. Quarenta oficiais de Justiça e cerca de 1.600 PMs – incluindo o Batalhão de Choque – participaram da desocupação, que começou às 5 horas de forma pacífica, com alguns moradores deixando o local espontaneamente. Pelo menos metade deles, porém, enfrentaram os agentes, atirando pedras e coquetéis molotov.

Os policiais revidaram com spray de pimenta e gás lacrimogêneo, para tentar entrar no terreno de 50.000 metros quadrados, composto por quatro prédios e conhecido popularmente como Favela da Telerj. Uma densa fumaça se espalhou por toda a área, resultado do fogo ateado pelos ocupantes nas ruínas dos edifícios. Do lado de fora, também foram incendiados uma viatura da PM, três ônibus e dois caminhões – um deles, tanque – deixados no meio de uma importante via próxima, a Dom Helder Câmara. Os bombeiros trabalharam para conter as chamas. Com o fogo apagado, um grupo voltava a se aproximar dos veículos para tirar materiais que seriam usados como arma.

Vândalos ainda apedrejaram outros quatro ônibus e três carros de reportagem da imprensa. Duas agências bancárias também foram depredadas. Em nota, a PM afirmou que cinco agentes foram atingidos por pedradas e encaminhados ao Hospital Salgado Filho. Um manifestante foi preso. Em entrevista por telefone à Globo News, uma das invasoras identificada como Maria José acusou os PMs de agir de forma truculenta logo na chegada. “Eles (moradores) não queriam guerra, só queriam moradia digna. A maioria que está ali precisa”, declarou ela, admitindo que alguns dos que participaram da ocupação têm onde morar.

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Por volta das 9h30, os prédios já estavam desocupados, mas a confusão ainda era grande no entorno. Sete quartéis próximos foram acionados para reforçar a segurança, que contava também com o Batalhão de Ações com Cães e do Grupamento Aeromóvel (GAM) da PM. Segundo o porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudio Costa, os agentes permanecerão no local pelo “périodo que forças de segurança considerarem necessário”. Um helicóptero militar chegou a atirar, do alto, bombas de efeito moral para dispersar os baderneiros. Segundo o Corpo de Bombeiros, há mais sete feridos, além dos agentes: são duas crianças de 9 e 13 anos, um bebê de seis meses e quatro adultos.

Leia na coluna de Rodrigo Constantino: A guerra pela propriedade privada

Justiça – A ação policial cumpre decisão da juíza da 6ª Vara Cível da Comarca Regional do Méier, Maria Aparecida Silveira de Abreu, que deferiu liminar para reintegração de posse do imóvel. Uma retroescavadeira iniciou a derrubada dos casebres de madeira e papelão erguidos às pressas pelos invasores. Há dois dias, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) já havia condenado a ocupação do terreno. “Não conheço nenhuma Favela da Telerj e, sim, uma invasão com todas as características que uma invasão profissional pode ter. É um movimento organizado, com pessoas que estão ali loteando. Pobre que é pobre, que precisa de casa, não fica demarcando”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

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