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Promotor do Caso Bruno vai denunciar policial

José Lauriano de Assis, o Zezé, foi quem apresentou Macarrão ao ex-policial Bola. No período em que Eliza foi sequestrada, ele conversou 37 vezes por telefone com o secretário do goleiro Bruno

Por Leslie Leitão, Marcelo Sperandio e Pâmela Oliveira
26 nov 2012, 18h57

Passada a condenação de dois dos réus do Caso Bruno, acusados de participação na morte da jovem Eliza Samudio, o Ministério Público de Minas Gerais pretende ressuscitar um personagem que ficou esquecido pelas investigações. O policial civil aposentado José Lauriano de Assis, o Zezé, está na mira do promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro. Zezé foi o único dos 10 suspeitos de participar do assassinato de Eliza Samudio que não foi indiciado pela Polícia Civil, na ocasião da conclusão do inquérito. A promotoria, agora, pretende denunciá-lo como um dos coautores do crime, antes do recesso de fim de ano da Justiça, que se inicia em 20 de dezembro e vai até 7 de janeiro de 2013.

Henry Castro disse nesta segunda-feira que as provas levantadas pela equipe da Divisão de Crime Contra a Vida (DccV) em 2010, ano do desaparecimento de Eliza Samudio, são suficientes para que o policial aposentado responda o processo de morte da jovem. Castro atuou no julgamento de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo e ex-funcionário do goleiro Bruno, e de Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, conseguindo as condenações de ambos, mesmo sem o corpo da vítima ter sido encontrado – principal argumento da defesa para alegar que Eliza Samudio ainda estaria viva. No júri, que durou cinco dias, Macarrão respondeu a um interrogatório pela primeira vez, e afirmou que Eliza foi morta num crime a mando de Bruno.

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O promotor não pretende ouvir o policial aposentado, por entender que as duas oitivas deles que constam nos autos são suficientes para o indiciamento. “Acredito que a Polícia Civil trabalhou pensando em não extrapolar o prazo dos mandados de prisão temporária dos envolvidos. Analisei muito bem todo o inquérito e não tenho nenhuma dúvida de que o Zezé teve plena participação na trama”, disse Castro.

São três elementos principais para denunciar Zezé. Os dados de antenas de celular mostram que ele conversou 37 vezes com Macarrão, quatro vezes com Bola, 12 vezes com o menor (Jorge Luiz Lisboa Rosa, primo do goleiro Bruno) e 18 vezes com o caseiro do sítio de Bruno, Elenílson Vítor, no período em que Eliza estava sequestrada. Foi ele, também, quem apresentou Bola a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. E, em depoimento, Dayanne Souza, mulher do goleiro Bruno, afirmou que Zezé atuou como “conselheiro” dela no dia em que o menino Bruninho, filho de Eliza, foi sequestrado.

São muitos os indícios da ligação próxima de Zezé com os acusados. Ele telefonou para a Delegacia de Homicídios de Contagem quando começou a circular a informação de que Eliza Samudio estava morta. Queria saber detalhes da investigação.

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Um dos objetivos do Ministério Público, agora, é descobrir se Zezé é o homem negro descrito pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Lisboa Rosa – que na época era menor. Segundo Jorge Luiz, havia um homem negro, que nunca foi identificado, no momento em que Eliza foi deixada com o ex-policial Bola.

O próprio Zezé admitiu que foi procurado por Bola nas horas seguintes ao período em que Eliza foi morta. Segundo ele, Bola queria pedir 50 reais emprestados. Há outras coincidências. A antena de celular de Zezé estava na mesma região do motel em Contagem onde Eliza foi mantida em cárcere privado, na manhã do dia 6 de junho de 2010. Para explicar esse fato, Zezé afirmou que fazia uma caminhada pelo local. E há, mais uma vez, um personagem que não está identificado: um homem procurou Macarrão no motel na manhã daquele dia – e o inquérito não chegou à identidade desse suspeito.

Temos a confirmação também de várias ligações entre o Zezé e a Dayanne nos dias em que a Polícia Civil estourou o sítio em Esmeraldas e quando localizou o bebê Bruno Samudio em Ribeirão das Neves”, contou o promotor. Henry Castro acredita que os contatos entre Zezé e Dayanne foram feitos porque o policial estava passando orientações do que fazer com o filho de Eliza e o que falar à Polícia Civil.

Polícia Civil – O delegado Edson Moreira, ex-chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) , e que presidiu o inquérito sobre o desaparecimento de Eliza, disse que as pistas do envolvimento do policial civil com as pessoas ligadas ao sequestro e assassinato da vítima surgiram logo no início das investigações. “Começamos fazer levantamentos das pessoas ligadas ao Bruno e sua turma. Logo chegamos ao nome do Zezé. Nós o ouvimos duas vezes, a primeira na condição de testemunha e a segunda como suspeito”, disse Moreira.

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