PR: 2ª rebelião em cinco dias já se estende por 27 horas

Dois agentes penitenciários são mantidos reféns. Em agosto, motim em outro presídio resultou em 5 mortos - 2 deles, decapitados

Por Da Redação
17 set 2014, 10h05

Movimentação em frente ao presídio na rebelião do último sábado (PAULO LISBOA/Estadão Conteúdo)

Já dura 27 horas uma rebelião na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP II), na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Dois agentes penitenciários são mantidos reféns pelos detentos. Trata-se do segundo motim no presídio em menos de cinco dias. Os agentes foram rendidos durante o café da manhã de terça-feira, por volta das 7 horas, e entre as reivindicações está a reforma das dez celas que foram destruídas no final de semana durante a última rebelião. Esse é o quinto motim no Paraná em menos de um mês. As negociações foram retomadas na manhã desta quarta.

Segundo a Secretaria da Justiça e da Cidadania do Estado, a situação no local é ‘tranquila’. Em agosto, uma rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no Oeste do Paraná terminou com saldo de cinco mortos e 25 feridos. Na ocasião, dois detentos foram decapitados.

O foco da rebelião está na galeria A, do bloco 3, e segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindaspen) nela estão localizados os presos que lideraram o mais recente motim que provocou a transferência de 43 detidos. Conforme o presidente do Sindaspen, Antony Jhonson, há a possibilidade de a categoria entrar em greve, mas a definição deve acontecer após uma assembleia que será realizada na manhã de quarta-feira. Para o presidente, a recente transferência de presos das delegacias para os presídios provocou esses problemas. “Isso que está acontecendo não é uma surpresa, uma hora iria acontecer, pois houve as transferências para os presídios e com isso aumentou muito a população carcerária, não tem como os profissionais trabalharem com esse estresse”, reclamou.

Por causa dos recentes motins, o governo do Estado acionou o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) para investigar as causas das rebeliões e se há algum agente público envolvido nos motins.

(Com Estadão Conteúdo)