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Por que Luís Eduardo Magalhães é a cidade que mais cresce no Brasil

Por Kalleo Coura
23 Maio 2014, 22h48
Só existe lá em Luís Eduardo Magalhães
Só existe lá em Luís Eduardo Magalhães (VEJA)

Mapitoba: o leitor ainda vai ouvir falar muito nesse nome. Ou não. Há quem torça o nariz para o acrônimo que batiza a região em que se encontram as principais áreas produtoras de soja e algodão de quatro estados brasileiros – Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. Uns dizem que “Matopiba” soaria um pouco melhor. Outros argumentam que só “Bamapito” faria justiça à importância da Bahia na composição. Mapitoba, Matopiba ou Bamapito, a região que mais cresce em área plantada já tem sua capital informal. Luís Eduar­do Magalhães (BA), mais conhecida como LEM, não é só a cidade para a qual converge boa parte da produção de Mapitoba destinada à exportação. Para lá foram também grandes comerciantes de insumos e máquinas agrícolas, como a americana John Deere; nada menos que oito filiais das maiores tradings de alimentos do mundo, como a francesa Louis Dreyfus; e, puxando um cordão de comerciantes, prestadores de serviços, profissionais liberais, especuladores e aventureiros, uma população que ganhou muito dinheiro com a soja – e agora está ávida para gastá-lo.

É o segundo ciclo de LEM. O primeiro ocorreu na década de 80, quando produtores pioneiros chegaram atraídos pela terra barata. Um hectare, conta o fazendeiro Paulo Almeida ­Schmidt, custava o equivalente a dois maços de cigarro. Seu pai, o gaúcho Paulo Ambrósio Schmidt, comprou naquela época 6 000 – cada um dos quais hoje vale mais de 20 000 reais. A correção do solo e a mecanização, favorecida pela terra plana, melhoraram o que já era bom. “Cada hectare nosso produz hoje 65 sacas de soja. É mais que o triplo do que quando começamos” , conta ele.

A localização estratégica ajudou a impulsionar o segundo ciclo de LEM. Como a cidade fica perto das divisas dos quatro estados e próximo ao porto de Salvador, recebe boa parte da produção da região. Diariamente, partem de lá com destino aos portos de Santos e Salvador, e depois para o exterior, 200 caminhões carregados de grãos. A exportação em LEM aumenta em um ritmo sete vezes superior ao da média do país.

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A cidade é também a que mais

cresce em população no Brasil – com 80 000 habitantes, recebe, todo mês, uma média de 500 novas almas. A parte mais desqualificada desse contingente vem para trabalhar na construção civil, um dos setores mais aquecidos da economia. “Só aqui no bairro Jardim Paraíso, o mais nobre da cidade, ficam prontas pelo menos duas novas casas de alto padrão por semana”, conta Lillian Accioly Kair, dona de uma das três lojas de decoração de LEM e moradora do Soya, um dos condomínios mais caros da cidade, junto com o… Cotton, claro (e poderia haver homenagem mais justa?). Em breve, serão abertas na cidade uma filial das Casas Bahia, um shopping center e uma concessionária das marcas Volvo, Jaguar e Land Rover.

LEM tem pressa de crescer e, se o poder público não acompanha o seu ritmo, ela não espera sentada. No ano passado, irritados com as más condições das estradas vicinais, produtores pegaram 6 milhões de reais e compraram uma frota de dezessete tratores e caminhões. Desde então, já fizeram a terraplenagem de 134 quilômetros de estradas. Até o fim do ano, esperam conseguir tornar trafegáveis outros 300 quilômetros, o que, calculam, vai resultar numa economia de 10% nos custos do transporte.

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Quando Mapitoba alçar voos mais altos, LEM quer estar no cockpit. E, quem sabe, um pouco mais que isso. Alguém falou em Mapitolem? Ou, talvez, Lemapito?

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