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Polícia investiga ligação de pastor com ataques do tráfico

Líder do grupo AfroReggae, José Jr. afirma que religioso ordenou ataques em 2006 e em 2010. Os dois eram parceiros na recuperação de criminosos

Por Da Redação
29 fev 2012, 18h23

A Polícia Civil do Rio informou, nesta quarta-feira, que vai investigar acusações feitas pelo líder do grupo AfroReggae, José Jr., contra o pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Parceiros no intuito de ‘salvar’ traficantes, com suas instituições, os dois estão em guerra. Jr. acusou o pastor, em uma entrevista publicada pelo jornal carioca Extra, nesta quarta-feira, de ordenar ataques do tráfico em 2006 e às vésperas da tomada do Complexo do Alemão, em 2010. O pastor nega as acusações.

Segundo o líder do AfroReggae, o pastor Marcos Pereira é “um psicopata” que, agora, põe sua vida em perigo. José Jr. afirmou ao Extra que Marcos foi a várias favelas afirmar que traficantes foram transferidos para presídios fora do Rio por causa do programa de TV do AfroReggae – Conexões Urbanas. As afirmações do pastor são, segundo Jr. um risco de vida para ele e para os profissionais que trabalham com a ressocialização de criminosos no grupo.

A investigação terá, obrigatoriamente, que checar as denúncias de José Jr. Mas será preciso entender, também, o que leva dois autoproclamados ‘recuperadores’ de criminosos a romper relações e trocar acusações. Ao Extra, Jr. fez um alerta: “Se aparecer, algum dia, arma dentro do AfroReggae, foi ordem dele. Se aparecer cocaína, foi ele quem mandou colocar lá, para desmoralizar. Se me acontecer qualquer coisa, Marcos Pereira da Silva é o responsável. Ele é o mandante. Ele só não apertou o gatilho. Mas ‘botou pilha’ para o cara apertar o gatilho”, disse, em referência à intenção do pastor de matá-lo.

José Jr. afirmou, na tarde desta quarta-feira, após reunião com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Marcelo Freixo (PSOL), que tomou conhecimento do envolvimento do pastor Marcos com os ataques no Rio na virada do ano. Segundo Jr., já havia essa suspeita, mas uma “pessoa mais próxima”, cujo nome ele não revela, teria presenciado o momento em que o pastor evangélico dá ordens aos criminosos.

Para trazer as acusações à tona, José Jr. disse que levou em conta ameaças atribuídas a Marcos Pereira da Silva. Segundo Jr., um pastor, que trabalhava para a Assembleia de Deus dos Últimos Dias e que passou a trabalhar com o AfroReggae, Rogério Menezes, sofreu retaliações. Menezes atualmente é o coordenador do AfroReggae dentro do presídio de Bangu. O motivo seria a rivalidade da instituição religiosa com o grupo cultural. Jr. afirma que há de oito a dez pessoas que podem ser ouvidas e depor contra o pastor Marcos.

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O líder do AfroReggae também dá declarações que levam a crer que esteja em curso uma disputa pelo controle da mediação com criminosos que podem se entregar. Ele afirma que cinco detentos que se entregaram à Justiça através do AfroReggae foram ameaçados por pessoas supostamente ligadas ao pastor.

O pastor Marcos ficou famoso por sua influência em rebeliões e na mediação para a rendição de criminosos. A fama que adquiriu atrai também políticos e gente que, através dos cultos religiosos, garantem algum tipo de promoção e visibilidade. Em um vídeo publicado no Youtube, o ex-chefe de Polícia Civil do Rio e ex-deputado Álvaro Lins aparece como um dos seguidores do pastor.

Assista ao vídeo:

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