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Polícia Federal indicia pela terceira vez José Dirceu, o VIP

Ex-ministro petista é suspeito de receber vantagens ilícitas sobre contratos da Petrobras com as empresas Hope Recursos Humanos e Personal Service. Ele já foi condenado a 20 anos de prisão e é réu em outra ação penal

Por Da Redação
7 jul 2016, 15h08

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. O petista é suspeito de receber vantagens ilícitas sobre contratos da Petrobras com as empresas Hope Recursos Humanos e Personal Service. No relatório de indiciamento do petista, a PF o classifica como “José Dirceu, o VIP”.

Foram enquadrados no indiciamento, além de Dirceu, outros sete investigados: o lobista e delator da Lava Jato Milton Pascowitch, seu irmão José Adolfo Pascowitch, o ex-assessor do petista Roberto ‘Bob’ Marques, os executivos ligados à Hope Rogério Penha da Silva e Raul Andres Ortuzar Ramirez, o presidente da Personal Service, Arthur Edmundo Alves Costa, e Wilson da Costa Ritto Filho. O relatório de 25 páginas da Polícia Federal que indiciou os oito investigados foi concluído em 22 de junho.

É a terceira vez em que a Lava Jato enquadra Dirceu criminalmente. Ele já foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 20 anos e dez meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa – o ex-ministro teria recebido propinas do esquema Petrobras por meio de sua empresa, a JD Consultoria e Assessoria. Na semana passada, o petista virou réu em uma ação penal pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa em um esquema de cobrança de propina de empresas de tubos fornecedoras da estatal petrolífera.

No inquérito policial, indiciar corresponde a imputar a algum suspeito a autoria de determinado ilícito penal. Não significa, contudo, que o Ministério Público Federal concordará com os argumentos e denunciará os envolvidos.

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No documento, ao imputar a Dirceu o crime de lavagem de dinheiro, o delegado Marcio Anselmo acusa o ex-ministro por “por ter dissimulado, de várias maneiras, o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito de contratos mantidos por empreiteiras e prestadoras de serviços da Petrobras, por meio da empresa Hope, prestadora de serviço terceirizado na área de RH da Petrobras, mediante o custeio de hospedagens”.

O Relatório de Análise da PF aponta que a Hope, que firmou contratos de mais de 3,5 bilhões de reais entre 2007 e 2011, “custeava diretamente despesas pessoais de José Dirceu, o VIP”. Seriam “várias hospedagens no hotel Sofitel no Rio de Janeiro, carro e motorista e até mesmo hospedagem para a namorada”.

“Frise-se que o custo de cada diária, com suíte de luxo do hotel, era de 1.900 reais a diária, ainda no ano de 2011. Importante ainda destacar a menção ao Jr. (Wilson da Costa Ritto Filho), indicando que o mesmo tinha participação direta nos fatos”, aponta o documento.

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No relatório de indiciamento, a PF destaca mensagens trocadas entre funcionários da Hope e da JD Consultoria e Assessoria. “O nível de intimidade do VIP com seus mantenedores era tamanho que a funcionária Simone (Assistente da Diretoria) da Hope destaca que a empresa assumiria qualquer gasto extra, além de solicitar que atentem para as preferências do VIP inclusive pelo mesmo quarto”.

O documento da Polícia Federal aponta que Rogério Penha, Raul Ramirez e Wilson Ritto Filho foram ouvidos e negaram “manter contatos com José Dirceu e Roberto Marques” e ter repassado valores a Milton Pascowitch. Arthur Costa, segundo o relatório da PF, se apresentou à Superintendência e ficou em silêncio. Wilson Ritto não foi localizado.

(com Estadão Conteúdo)

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