‘PMDB só me dá alegrias’, diz Dilma
Às voltas com uma rebelião na bancada de deputados do PMDB, presidente tentou disfarçar a tensão durante a posse de Michelle Bachelet
No dia em que a bancada do PMDB se reunirá para aprovar uma moção de apoio ao líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), acirrando ainda mais a crise com o Planalto, a presidente Dilma Rousseff tentou disfarçar nesta terça-feira sua principal dor de cabeça, durante agenda no Chile. “O PMDB só me dá alegrias”, disse ela, ao ser questionada sobre os problemas com o partido aliado.
Dilma está na cidade de Viña del Mar, onde participa da posse da presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet. Ontem, ela passou a manhã em duas reuniões com os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do vice-presidente da República, Michel Temer, fiador da repetição da aliança com o PT neste ano.
O Planalto ofereceu um pacote de apoios eleitorais do PT ao PMDB em seis Estados – Goiás, Maranhão, Alagoas, Paraíba, Tocantins e Rondônia -, mas a crise na Câmara está longe de ser debelada. A sigla cobra mais um ministério para ser controlado por um indicado pela bancada de deputados.
Articulador de um bloco com mais de 240 deputados e oito partidos, Eduardo Cunha agora trabalha para aprovar requerimentos de convocação na Câmara dos ministros Aldo Rebelo (Esporte), Edison Lobão (Minas e Energia) e Arthur Chioro (Saúde), além da presidente da Petrobras, Graça Foster, e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para dar explicações sobre irregularidades nos setores que comandam.
Petrobras – Nesta terça, o PT tenta barrar a votação da criação de uma comissão para investigar as denúncias de que a Petrobras recebeu propina de uma empresa holandesa. Documentos enviados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e ao Ministério Público da Holanda mostram que a SBM offshore pagou 30 milhões de reais para subornar funcionários e intermediários da Petrobras em troca de vantagens em contratos.
A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, conversou individualmente com deputados da base do governo. A intenção é tentar tirar a proposta da pauta.
(Com Estadão Conteúdo)